O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes negou que tenha interesse em ingressar na carreira política. Especulações de bastidores o apontam com possibilidades para disputar vagas como de governador do Estado ou até mesmo presidente da República. “Não, não. Eu estou feliz onde estou hoje e, claro, no futuro, a gente vai ter que discutir”, disse em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta sexta-feira (28).
Apesar de negar a candidatura, o ministro não descartou a possibilidade de pensar nisso no futuro. “Acho que ainda tenho contribuição a dar no Tribunal e acho que devo participar ainda desse processo de reinstitucionalização. E aí, vamos ver o que vamos fazer no futuro”, afirmou.
Gilmar Mendes ainda brincou dizendo que tinha planos de ficar por 12 anos no STF ou até que o Partido dos Trabalhadores deixasse o poder. Ele já tem 15 anos na Corte. “Eu brincava até pouco tempo dizendo que eu ficaria no Supremo por 12 anos. Depois, as pessoas vinham me provocar: Quando você vai embora? E eu disse: Eu tenho um compromisso contra o PT, enquanto eles estiverem aí, eu estou aqui”.
O magistrado ainda comentou sobre o que pensa do perfil político que é egresso da carreira no judiciário. Para ele, a mudança depende tanto da inclinação natural, quanto do experiência de cada um. “Isso depende de vocação, evidentemente. Eu sempre faço uma reserva em relação a esse tipo. Pela observação, eu tive uma vivência grande na vida pública, como assessor de governo desde Collor, Fernando Henrique e lidei com políticos durante todo esse tempo e a minha observação é que quando a gente fala em carreira política, isso é um aprendizado”, disse.
Mendes disse não ser entusiasta de uma mudança repentina de alguém que sai da carreira no judiciário para a política por serem realidades muito diferentes. Ele relacionou, por exemplo, qualidades de executivos e legisladores que precisam lidar com pessoas, encaminhar pleitos, ter paciência e tolerância, além de respeito às pluralidades, o que classificou como “aprendizado democrático”.
Por outro lado, ele relacionou o trabalho de juízes e promotores há questões mais pragmáticas, como conduzir um processo e julgar, oferecer denúncias, etc. “Essa falta de aptidão, desse aprendizado me parece que lá na frente vai se revelar. (…) É diferente essa realidade. Haverá sempre pessoas vocacionadas, talentosas e que conseguem moldar a sua aptidão, mas eu não vejo como a ideia da substituição dos políticos por outros agentes rumo à grande solução para o país”, defendeu.