"> Desembargador manda cabo da PM suspeito de envolvimento em “grampos” para presídio de segurança máxima – CanalMT
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Desembargador manda cabo da PM suspeito de envolvimento em “grampos” para presídio de segurança máxima

Karine Miranda GD

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, solicitou ao Sistema Penitenciário Federal oito vagas em presídios federais de segurança máxima para eventuais presos por participação no esquema de escutas clandestinas no âmbito da PM.

O primeiro que deve ocupar uma dessas vagas é o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, preso desde maio sob a acusação de participar do esquema de escutas clandestinas no âmbito da PM. Ele teve a transferência solicitada para o presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS).

Gerson é acusado de ser o responsável por fazer relatórios falsos de grampos militares executados por meio da modalidade “barriga de aluguel” – e que teriam vitimado centenas de pessoas entre políticos, médicos, empresários, jornalistas e um desembargador aposentado.

Na terça-feira (25), o desembargador determinou que o militar deixasse o quartel do Batalhão das Ronda Ostensivas Tático-Móvel (Rotam), onde está detido, e fosse levado para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

Além disso, oficializou o presídio federal de Mato Grosso Sul e aguarda disponibilidade de vaga na prisão, para que haja transferência do militar.

Embora não tenha sido oficializado, a suspeita é de que a transferência seja motivada pela denúncia de que Gerson obtinha regalias enquanto estava na Rotam. Ele teria deixado a prisão para ir até a Boate Crystal, frequentada por garotas de programa de Cuiabá. Além disso, ele teria acesso irrestrito a computadores, e celulares, inclusive, para tratar de assuntos particulares, como cobrança de dívidas.

Diante da “provável regalia”, o desembargador Perri determinou a realização de vistoria em todas as unidades policiais onde estão recolhidos os militares presos por envolvimento no caso dos grampos. Além de Gerson, foram presos os três coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barro, o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Euclides Torezan, sendo que os dois últimos já foram soltos.

Os juízes Bruno D’Oliveira Marques, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar da Capital, e Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal da Capital, foram designados como responsáveis pela inspeção nas unidades policiais militares.

As vistorias aconteceram na Escola Superior de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Esfap), Academia da Polícia Militar Costa Verde, Batalhão de Operações Especiais (Bope), 3º Batalhão da Polícia Militar, 4º Batalhão da PM de Várzea Grande e na Rotam.

No que diz respeito à Rotam, os juízes averiguaram que a unidade estava atendendo às recomendações gerais internas que dispõem sobre a custódia de Gerson, inclusive mantendo guarda constante e vigilante no acompanhamento do preso.

Além disso, apontaram que a vigilância foi reforçada após as denúncias que motivaram as inspeções; porém, solicitaram o pedido de transferência do cabo para o presídio militar de Santo Antônio do Leverger (34 Km ao Sul) e, agora, ele continua aguardando no Centro de Custódia.

Outras transferências – Além do cabo Gerson, os outros três coronéis envolvidos no caso dos grampos também devem ser transferidos assim que as vagas solicitadas por Perri forem liberadas pelo sistema penitenciário federal.


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