"> Filho de Silval recebia propinas e lavava dinheiro em factoring, diz Pedro Nadaf – CanalMT
Reprodução

Filho de Silval recebia propinas e lavava dinheiro em factoring, diz Pedro Nadaf

Kayza Burlin

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no dia 12 de janeiro deste ano, o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf declarou que o médico e empresário Rodrigo Barbosa exercia peça chave na organização criminosa chefiada pelo seu pai, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
De acordo com o relato feito a Procuradora da República Vanessa Marconi Zago, Rodrigo Barbosa foi o responsável pela indicação do advogado Pedro Elias Domingos para assumir a Secretaria de Estado de Administração (SAD),influenciando seu pai a nomeá-lo no cargo para gerenciar dinheiro de propina levantado junto às empresas que mantinham contrato com o governo do Estado.
Todo o dinheiro arrecadado por meio de propina era destinado a Rodrigo Barbosa, que também recebia dinheiro por meio de cheques entregues diretamente pelo ex-governador Silval Barbosa durante encontros reservados no Palácio Paiaguás.
Nadaf relatou que Rodrigo Barbosa tinha a missão de honrar com o pagamento de dívidas de campanha e também a responsabilidade de ocultar o dinheiro de propinas milionárias a partir de movimentação financeira em factorings que operavam ações financeiras de interesse do ex-governador.
Enquanto secretário de Estado de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf revelou que foi responsável em arrecadar junto a empresários a quantia de R$ 12 milhões para a campanha de Silval Barbosa ao governo do Estado nas eleições de 2010.
Apenas parte do dinheiro foi oficialmente declarado à Justiça Eleitoral, confessando assim a existência de caixa 2.
Após a vitória nas eleições, Nadaf permaneceu no cargo e, posteriormente, foi nomeado secretário chefe da Casa Civil.
Atuando nos cargos de primeiro escalão do governo do Estado, ele confessou no depoimento que por meio do dinheiro de propina arrecadado junto as empresas que mantinham interesse em receber incentivos fiscais do governo do Estado, entregou pessoalmente a quantia de R$ 2 milhões ao ex-governador Silval Barbosa.
Houve ainda outros favorecidos com o dinheiro de propina como o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, que recebeu R$ 500 mil, o ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, com R$ 15 mil, o ex-secretário de Administração César Zilio, R$ 90 mil, e a ex-funcionária da Fecomércio (Federação do Comércio de Mato Grosso), Karla Cintra, com R$ 126 mil.
A ação penal relativa a primeira fase da Operação Sodoma da Polícia Civil em andamento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, já está pronto para a sentença. Todos os réus já apresentaram as alegações finais.
São réus o ex-governador Silval Barbosa,os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Cézar Corrêa de Araújo, o procurador do Estado aposentado, Francisco Andrade de Lima Filho e a ex-funcionária da Fecomércio, Karla Cecília de Oliveira Cintra.
Todos respondem pelos crimes de concussão (praticado por funcionário público, em que este exige, para si ou para outrem, vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O ex-governador Silval Barbosa pediu para ser reinterrogado com o intuito de confessar os crimes visando ter uma eventual pena atenuada. O depoimento está programado para segunda-feira (24).
Apesar disso, o Ministério Público Federal (MPF) mantém uma investigação em paralelo diante da suspeita de que as fraudes nos incentivos fiscais tenham culminado em crimes contra o sistema financeiro nacional.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta