"> Silval admite propina para pagar dívidas de campanha – CanalMT
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Silval admite propina para pagar dívidas de campanha

Kayza Burlin

Em depoimento a Delegacia Fazendária da Polícia Civil no dia 1º de junho, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) confessou que recebia propina da empresa Consignum, que lida com empréstimos consignados aos servidores públicos.

O recebimento da vantagem indevida era uma cobrança feita ao empresário Williams Mischur, dono da empresa, para que fosse mantido em vigência o contrato com o poder público.

Silval Barbosa afirmou que a propina variava de R$ 400 mil a R$ 450 mil mensal e começou em 2011, meses depois de ser reeleito, para pagar dívidas de campanha eleitoral.

Em decorrência disso, o ex-governador afirma que a nomeação de César Zilio para assumir a Secretaria de Estado de Administração foi estratégica, uma vez que, o mesmo trabalhou na contabilidade de sua campanha eleitoral.

Foi narrado que no primeiro trimestre de 2011, Zílio entrou em contato com Silval assegurando que a empresa Consignum, que mantinha contrato com o Estado, poderia auxiliar nos pagamentos de despesas de campanha eleitoral, por meio de pagamento de propina.

 “Ficou estabelecido o retorno de R$ 400 mil a R$ 450 mil mensais, sendo que César Zílio me repassava um montante que girava entre R$ 200 a R$ 240 mil mensais – pagamentos efetuados, na maioria das vezes, em espécie”, afirmou Silval.

Aos delegados Márcio Moreno Vera e Alexandra Fachone, o ex-governador admitiu que o recebimento da propina vigorou pelo período de 2 anos e 6 meses.

 “Os secretários da SAD que ficaram responsáveis em gerir tais propinas, a meu pedido, foram César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingos de Melo”, completou Silval.

As confissões sinalizam a concretização do que já havia sido confirmado oficialmente em nota divulgada pela defesa atualmente conduzida pelo advogado Délio Fortes Lins e Silva: a de que o ex-governador Silval Barbosa vai admitir crimes perante a Justiça como estratégia para ter sua pena reduzida, o que é garantido pelo Código de Processo Penal.

No dia 17 de julho, Silval será reinterrogado pela juíza Selma Arruda na ação penal em que é apontado como chefe de um esquema de cobrança de propina para concessão de incentivos fiscais a empresas privadas.

Neste processo criminal, são atribuídos os crimes deconcussão (praticado por funcionário público, em que este exige para si ou para outrem vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No dia 20 de julho, está programado outro reinterrogatório. Desta vez com relação à ação penal relativa à quarta fase da Operação Sodoma que trata de um desvio de R$ 15,857 milhões aos cofres públicos por meio de fraudes em um pagamento autorizado pelo Estado em um processo de desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade I em Cuiabá.


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