O deputado Guilherme Maluf (PSDB) afirmou aos jornalistas, nesta quinta-feira (22), que sabia que uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) poderia ocorrer a qualquer momento, devido às investigações de fraudes cometidas por meio da Faesp (Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual), com a qual a Assembleia Legislativa, firmou contrato, durante sua gestão à frente da presidência da Casa.
“A gente já estava aguardando uma investigação sobre essas questões, desde o ano passado. Tanto é que na saída da minha gestão, eu determinei a abertura de uma sindicância e isso está acontecendo em todos os contratos desse convênio guarda-chuva”, declarou Maluf sobre o contrato firmado para prestação de serviços pela fundação alvo da Operação Convescote, deflagrada na terça-feira (20).
De acordo com o deputado, os serviços foram prestados por dois anos e o contrato foi interrompido no fim de sua gestão.
Apesar do Gaeco apontar que uma organização criminosa teria desviado cerca de R$ 3 milhões, por meio de contratos da Faespe com órgãos públicos, Maluf argumentou que após a prestação de serviços, contratada em sua gestão, a Assembleia passou de 22º para 6º lugar em transparência no país.
“Foram muitos projetos e serviços executados pela Faespe, entre eles o gerenciamento da folha de pagamento, do protocolo de documentos, licitações, modernização de sistema, enfim, a Faespe norteou toda a gestão da Assembleia, o que melhorou a posição na questão de transparência, tudo à custo destes serviços prestados pela Faesp”, afirmou o deputado.
O convênio
O convênio assinado entre a Assembleia e a Faespe para prestação de serviços administrativos, tem como valor total R$ 100 milhões. Entre os anos de 2015 e 2016, o Legislativo pagou à fundação R$ 50,2 milhões.
A Faespe alega que ainda tem um crédito de serviços prestados à AL que precisa ser quitado na ordem de R$ 17 milhões, mas o ex-presidente contesta e diz que o a dívida é de no máximo R$ 7 milhões.
A Casa realiza auditoria para confirmar os valores e comprovar quais serviços foram prestados e o que de fato falta ser pago à Faespe.
“Os valores que ainda faltam a ser pagos, serão confirmados e pagos somente após a auditoria que estamos fazendo. Pela minha projeção, falta no máximo uns R$ 7 milhões. Pode ter coisa errada? Pode, mas temos que ressaltar que muitos serviços de fato foram feitos” argumentou o ex-presidente.
A operação
A Operação Convescote foi deflagrada na terça-feira (20) pelo Gaeco e as investigações apontam que o esquema de corrupção teria ocorrido em contratos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Assembleia Legislativa e a Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura de Rondonópolis (215 km de Cuiabá), entre os anos de 2015 e 2016. A Faespe promovia contrato com os órgãos e usava empresas de ‘fachada’ para a prestação de serviços fictícios.(RepórterMT)