"> Delegada muda versão e diz que sofreu “pressão” – CanalMT
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Delegada muda versão e diz que sofreu “pressão”

Da Redação

A delegada Alana Cardoso encaminhou documento ao Ministério Público Estadual e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de outras entidades, onde mudou um pouco a linha do depoimento prestado ao secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, sobre grampos ilegais contra a ex-amante e a secretária direta do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. O “depoimento” ocorreu no último dia 26 de maio e contou com a participação, além de Rogers, do secretário-adjunto Gustavo Garcia Francisco.

No documento, Alana relatou que os números da ex-amante, identificada como Tatiana Sangalli, e da servidora, Caroline Mariano, foram repassados pelo próprio ex-secretário a então secretária-adjunta de Inteligência, delegada Alessandra Saturnino. Já na oitiva com Jarbas, ela disse que os números foram identificados após as investigações sobre a suposta ameaça ao governador não colherem resultados precisos.

“A delegada detalhou ao secretário Rogers Jarbas que foi chamada a SESP pela secretária-adjunta de Inteligência a época, a também delegada Alessandra Saturnino Cozzolino, que lhe relatara o caso verbalmente, com a agravante de que a suspeita, ex-amante de Paulo Taques, estaria mantendo contato com o reeducando João Aracanjo Ribeiro e que poderiam estar arquitetando um atentado contra a vida do governador e que a inserção dos dois números fornecidos pelo próprio Paulo Taques à Sesp na Operação  já em curso do acompanhamento de organizações criminosas em presídios ocorrera em caráter de urgência dada a gravidade da notícia e a necessidade de uma resposta imediata da Segurança para evitar qualquer ato atentatório às autoridades envolvidas”, diz trecho do documento.

Alana Cardoso ainda relatou uma “pressão” que sofreu ao prestar explicações ao secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, a respeito de supostos grampos ilegais. A delegada contou que foi convocada pelo secretário e foi questionada sobre os procedimentos adotados a respeito da “Operação Fortis”.

Ela ainda reclamou que não pôde contar com o acompanhamento de um advogado no depoimento.

Segundo a delegada, Rogers Jarbas informou na ocasião que estava tomando os esclarecimentos dela para repassar ao governador Pedro Taques. Ele ainda elogiou a conduta dela antes de encerrar a oitiva.

Porém, a delegada se mostrou surpreendida de que o documento da Secretaria de Segurança Pública, contendo seu depoimento, foi entregue a Corregedoria da Polícia Civil para apurar sua atuação no caso. Ela defendeu que as apurações sobre sua conduta sejam feitas dentro da legalidade e disse temer “por sua vida e integridade física”.

DEPOIMENTO

No depoimento, Alana disse ao secretário de Segurança que não ocorreu ilegalidade no procedimento de interceptações telefônicas relacionados a “Operação Fortis”, que investigava uma quadrilha que atuava em presídios do Estado. Ela frisou que foi chamada pela então secretária-adjunta da pasta, Alessandra Saturnino, para investigar uma suposta ameaça a integridade do governador Pedro Taques (PSDB) e do então secretário da Casa Civil, Paulo Taques. A ameaça teria sido articulada pela ex-amante de Paulo, que estaria com ligações com o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

Pelo fato de envolver a principal autoridade do Estado e da urgência das investigações, Alana Cardoso decidiu incluir os números das investigadas nas interceptações da “Operação Fortis”. Os números delas foram fornecidos por Paulo Taques a Alessandra Saturnino.

Após as primeiras investigações, o então titular do GCCO (Grupo de Combate ao Crime Organizado), delegado Flávio Stringuetta, foi acionado para investigar a suposta ameaça ao governador e a Paulo Taques. Um procedimento, denominado “Operação Querubim”, foi feito e a ex-amante de Paulo Taques e a servidora passaram a ser formalmente interceptadas.

A delegada declarou ao secretário ainda qe não teve contato com Paulo Taques ou com o secretário de Segurança Pública da época, Mauro Zaque. O único contato dela foi Alessandra Saturnino.

OUTRO LADO

O secretário Paulo Taques confirmou ter sido autor do pedido de investigação contra sua ex-amante e a funcionária pública a respeito da suposta ameaça ao governador Pedro Taques. No entanto, ele nega ter pedido a interceptação de escutas telefônicas das suspeitas.


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