Um vídeo de um bebê recém-nascido tentando andar logo após o parto chamou atenção nas redes sociais e viralizou em todo o mundo. As imagens, que parecem ter sido gravadas em uma maternidade no Brasil, mostram uma menina apoiada nos braços de uma enfermeira dando vários passos.
A voz de uma mulher que grava o vídeo diz eufórica: “gente, a menina está andando, acabou de nascer. Se eu for falar ninguém acredita”.
A enfermeira que segura a criança afirma que a menina estava tomando banho quando levantou e começou a andar. Durante a gravação do vídeo, ela continua dando os passinhos.
O vídeo foi postado na quinta-feira (25) e até esta segunda-feira (29) já contava com 79 milhões de visualizações e quase 2 milhões de compartilhamentos.
Mas será que é possível um bebê andar logo após o nascimento?
A pediatra Amanda Liberati Cardoso, da UTI pediátrica do hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e do Hospital São Luiz unidade Anália Franco, me explicou que a menina não andou de verdade. O que aconteceu foi um ato reflexo. Segundo ela, as crianças nascem com reflexos motores primitivos, ou seja, atos que não dependem da vontade deles.
— São movimentos involuntários decorrentes da falta de amadurecimento do sistema nervoso central dos bebês e que normalmente desaparecem com o tempo.
A médica ainda complementa que existem vários outros reflexos: “os mais comuns são de sucção e o de segurar nosso dedo com a mãozinha. Até o sorriso, que costuma aparecer por volta do primeiro mês de vida é um reflexo”.
— Quando o bebê vai à consulta, nós avaliamos todos esses reflexos para ver como está a parte neurológica do bebê. Muitos deles somem entre o primeiro e o segundo mês de vida. Os reflexos são muito importantes para podermos testar o desenvolvimento neurológico e o fato deles não sumirem no tempo certo, nos ajuda a rastrear possíveis doenças.
De acordo com a especialista, “além de nos ajudarem nessa avaliação, alguns deles são importantes até para a sobrevivência dos bebês, como é o caso do reflexo de sucção. Sem ele as crianças não conseguiriam mamar”, ressalta Amanda.