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Realidade imaginada

Não morro de amores pelo (ex?) presidente Temer, mas acho que ele (está) estava fazendo um bom trabalho, considerando as complicadas circunstâncias do país, deixadas pela esquerda que o governava antes.

Há claros sinais de melhora após 1 ano de governo: a inflação esta abaixo do centro da meta, os juros da taxa básica em queda constante, o risco Brasil inferior a 200 pontos, a avaliação das agências de classificação de risco melhoraram e principalmente, começava a diminuir o desemprego. Fora os militantes do PT, que apostavam na piora da economia, a população em geral e o setor produtivo estavam progressivamente acreditando mais na recuperação.

A saída do presidente determinará uma paralisação na atividade geral, como aconteceu na fritura e posterior eliminação da Dilma. Condenei na época o afastamento dela por não estar convencido de sua culpa. As tais pedaladas foram uma desculpa para eliminá-la. Em maio de 2016 escrevi: “No segundo mandato, quando quis redimir-se da burrada que fizera, tentou ( Dilma ) consertar a cagada, propondo entre outras coisas assumir o déficit fiscal, rediscutir a previdência e ressuscitar a CPMF. Aí deputados e senadores não lhe permitiram a tentativa de reparar o erro. Foram contra as propostas dela, atrasando em mais de um ano o início da recuperação do país.”

Os políticos afirmaram que naquele momento a presidente não tinha mais condições de governar, e era verdade. Mas não tinha porque não deram. Se lhe tivessem dado apoio, a recuperação começaria mesmo com a ela governando. Perdemos mais de um ano com a Dilma sangrando, começamos a melhorar com o Temer e vamos perder tudo de novo nesse novo impedimento/afastamento/renúncia ou inércia.

Antes de explodir a bomba JBS eu condenava o movimento de afastamento do presidente por ser uma ação totalmente política, estimulada pelo poli denunciado e seu partido, que teimam em voltar ao poder para terminar de aniquilar o país. Agora vejo que é quase impossível ele terminar o mandato tampão. As mesmas desavenças políticas que defenestraram a Dilma eliminarão o Temer.

As antigas sociedades belicosas, cuja maior atividade era promover brigas e saques entre grupos e tribos, só passaram a prosperar quando entenderam que era perda desnecessária de energia saquearem-se mutuamente e uma idiotice matarem-se uns aos outros nas batalhas. A política é o lugar onde ainda se ignora essa conquista evolutiva. Lá grupos opositores, aplaudidos por eleitores inconsequentes, digladiam-se diariamente para evitar o sucesso dos que estão no comando.

Quando uma turma governa a outra faz o impossível para impedir o sucesso. Atos que o grupo A repudia e o B apoia, serão condenados por este último e louvados pelo primeiro se inverterem as posições de mando. Foi assim com Temer, que conseguiu algum apoio para muitas medidas que a Dilma quis aprovar sem sucesso.

Essa história de valorizar a oposição irracional, como o senso comum defende, em prejuízo da cooperação, talvez seja uma “realidade imaginada” ou “ordem imaginada”, que é a aceitação de algo “inventado” como se fosse uma verdade incontestável. Estranho que a sociedade aceite o prosseguimento deste jogo deletério (situação contra oposição), que traz prejuízos reais para todos no longo prazo.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor renato@hotelgranodara.com.br


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