O ex-secretário de Estado Pedro Nadaf afirmou em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) autorizou o pagamento de propina de até R$ 50 milhões aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A declaração foi dada aos promotores de Justiça no dia 5 de setembro.
Nadaf narrou que o ex-governador Silval Barbosa foi procurado em 2013 pelo conselheiro José Carlos Novelli, que na época respondia pela presidência do TCE, ofereceu vantagens do órgão fiscalizador com relação a projetos do governo do Estado que envolvia altas somas de dinheiro como o MT Integrado.
Principal programa de infraestrutura na gestão do peemedebista, o MT Integrado previa interligar 44 municípios com pavimentação asfáltica no valor de R$ 1,1 bilhão, e outros relacionados as obras da Copa do Mundo, incentivos fiscais e obras em andamento nas secretarias de Estado, o que permitiria ainda ter as contas de gestão aprovadas.
Os conselheiros suspeitos de receber propina são os conselheiros Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli, Valter Albano, Antônio Joaquim e Waldir Teis.
No depoimento, Nadaf detalhou que o dinheiro desviado dos cofres públicos foi pago em parcela aos conselheiros até atingir o montante de R$ 50 milhões.
“Segundo relatos de Silval, ele teria fechado um acordo de pagamento mensal de R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros do TCE, em 14 parcelas”, que resultariam em um montante aproximado de R$ 50 milhões a título de propina supostamente paga aos conselheiros do TCE. “[…] salientando que esse valor foi levantado e proposto pelo então presidente do Tribunal à época, José Carlos Noveli, baseado no valor global que o Estado estaria movimentando nesses setores”, diz um dos trechos do depoimento.
Como garantia do pagamento aos conselheiros, o ex-governador Silval assinou notas promissórias até atingir o montante do valor da propina.
Questionado a respeito da origem do dinheiro que abastecia os conselheiros do TCE, Nadaf afirmou que o governo do Estado desviava dinheiro público, por exemplo, nos pagamentos de desapropriações de terrenos, o que já foi alvo da quarta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil e compra de terrenos que já pertencia ao Estado, conforme revelado pela Operação Seven do Gaeco.