A deputada federal pelo Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Correia da Costa, classificou como arbitrária a decisão do diretório nacional do PSB em destituir o deputado federal Fábio Garcia da presidência do partido em Mato Grosso em razão de seu voto a favor da reforma trabalhista defendida pelo presidente da República Michel Temer (PMDB).
“Eu acho que a posição foi um tanto quanto arbitrária, pouco democrática. Eu como líder do PSB, lidero uma bancada de 35 deputados e em nossas reuniões já havia um desentendimento quanto ao voto”, disse. A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira (28) em entrevista a Rádio Capital FM
De acordo com a parlamentar, a direção nacional marcou uma reunião em cima da hora com a direção do partido que definiu pelo posicionamento contrário à aprovação da reforma, entretanto a bancada do PSB na Câmara dos Deputados estava dividida, pois muitos deputados já haviam divulgado seu posicionamento publicamente nos meios de comunicação.
Já o deputado mato-grossense Adilton Sachetti (PSB), que não votou, por se licenciar pelo falecimento da esposa, Rose Sachetti na última segunda-feira, acredita que houve censura por parte da direção nacional do partido.
“Isso é um grande erro do partido, fazer isso, isso seria uma censura ao deputado, o deputado tem liberdade de expressão garantido na constituição, de voto e de expressão, e me parece que não teve nenhuma determinação legal do partido, a tempo ábil, pra tomar essa decisão.”
Sachetti ressalta que havia uma divisão no partido que deveria ter se posicionado antes. “Isso ai tem que ter prazo legal, tem que dar direito a recurso, não faz uma recomendação dessa no dia do voto, isso deve ser feito com antecedência para ter contraditório, para todo mundo se expressar para ocorrer um fechamento de questão .”
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, o voto do deputado federal Fabio Garcia foi correto. “Eu acho que o Fábio votou certo, votou pelo Brasil, votou pela sua consciência. Eu entendo que cada parlamentar tem que ter seu entendimento, então se o partido quer decidir, não há necessidade de ter o parlamentar, é só mandar ele embora”, criticou.
Também foram destituídos da direção do partido em seus Estados, o deputado federal, Danilo Forte, do Ceará e a deputada Maria Helena, de Roraima.