A oposição turca apresentou nesta segunda-feira (17) os primeiros recursos para contestar os votos do referendo constitucional que aprovou ontem mudanças no sistema político do país e ampliou os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Legendas como o Partido Republicano do Povo (CHP), que acusam o referendo de encerrar a democracia no país, levantam suspeitas sobre a decisão da Comissão Eleitoral da Turquia (YSK) de aceitar a validação de cédulas de votação sem o timbre oficial. Os partidos opositores querem que o referendo seja cancelado.
No entanto, o chefe da comissão eleitoral, Sadi Guven, disse que as cédulas são válidas e já tinham sido admitidas em eleições passadas.
O “sim” venceu o referendo constitucional, proposto pelo governo de Erdogan, com 51,41% dos votos, pouca margem de vantagem, de acordo com dados oficiais. O referendo propunha mudanças na Constituição que farão a Turquia deixar o parlamentarismo e adotar o presidencialismo, dando superpoderes a Erdogan, que poderá ficar no cargo por mais de uma década.
Os jornais nacionalistas comemoraram a vitória de Erdogan nas eleições, mas líderes políticos internacionais demonstraram preocupação com a divisão do país. A chanceler alemã, Anegla Merkel, pediu que as autoridades turcas “se empenhem em um diálogo respeitoso com todas as partes políticas e civis”, diante do resultado que evidencia “a profunda divisão da sociedade”.
Já a Áustria adotou uma posiçãos mais dura e disse que União Europeia (UE) deveria interromper suas negociações com a Turquia para a adesão ao bloco. (ANSA)