"> Silval Barbosa e secretário preso atuavam juntos há 13 anos, diz MPE – CanalMT
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Silval Barbosa e secretário preso atuavam juntos há 13 anos, diz MPE

Kayza Burlin

Acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de liderar um esquema de desvio de dinheiro na ordem de até R$ 5,1 milhões por meio de inserções falsas de combustíveis em máquinas patrulhadoras, o advogado Valdisio Juliano Viriato só foi nomeado para a função de secretário adjunto de Transportes e Pavimentação Asfáltica em razão do alto grau de confiança que desfrutava com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Atualmente, ambos estão presos preventivamente no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) por esquemas de corrupção desvendados pela Operação Sodoma da Polícia Civil.

A revelação da proximidade veio à tona na denúncia encaminhada a Justiça relativa à quinta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil pelo Ministério Público Estadual (MPE).

“Sua introdução como membro no grupo delinquencial sucedeu pelo vínculo de confiança que há muito mantinha com o líder Silval Barbosa, desde quando este exercia o mandato de deputado estadual, época em que ocupou os seguintes cargos em comissão na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso”, diz um dos trechos.

As investigações trouxeram a tona que Valdisio Viriato foi nomeado secretário executivo da primeira secretária da Assembleia Legislativa no dia 1º de agosto de 2003, quando Silval Barbosa, no mandato de deputado estadual, exercia a função de primeiro secretário.

Com a chegada de Silval Barbosa à Presidência da Assembleia Legislativa, Valdisio Viriato foi nomeado para a função de consultor Legislativo, deixando de exercê-la somente em 31 de janeiro de 2007.

Em mais uma prova de proximidade, Valdisio Viriato atuou como advogado do empresário Toninho Barbosa, irmão do ex-governador Silval Barbosa, em um processo cível na Justiça Federal de Mato Grosso.

Ao ser eleito vice-governador do Estado nas eleições de 2006, Silval Barbosa nomeou Valdisio Viriato para exercer a função de Superintendente Regional da Secretaria de Estado de Planejamento em 7 de maio de 2007, desligando-se somente em 30 de junho de 2008.

Posteriormente, Valdisio Viriato foi nomeado para a Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Secretaria de Estado de Planejamento sendo exonerado somente em 7 de junho de 2010, quando no dia seguinte foi nomeado para a Secretaria Adjunta de Gestão Sistêmica da Secretaria de Infraestrutura.

Na avaliação do Ministério Público, o ex-governador Silval Barbosa mantinha Valdisio Viriato como homem de confiança para desenvolver atividades ilícitas e assim ser favorecido com o desvio de dinheiro público.

“Portanto, Silval Barbosa, já como governador do Estado eleito (2011-2014), buscando facilitar o livre trânsito e o poder de ingerência da organização criminosa na importante pasta que representava a Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana, estrategicamente nomeou o prestigiado membro Valdisio Viriato, no cargo de Secretário Adjunto Executivo da Secretaria Executiva do Núcleo de Trânsito, Transportes e Cidades, que era vinculada a Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana – SETPU/MT, sendo que, posteriormente, passou a exercer o cargo de Secretário Adjunto de Gestão Sistêmica da SETPU/MT”, diz um dos trechos da denúncia criminal.

Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Wanderley Fachetti Torres, conhecido como “Wanderley da Trimec”, que mantinha diversos contratos com o poder público, revelou o histórico de proximidade de Silval Barbosa e Valdisio Viriato.

A quinta fase da Operação Sodoma investigou fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.

Valdisio Viriato é acusado de integrar um esquema de desvio de dinheiro por meio de falso abastecimento de combustível na frota de máquinas da Secretaria de Transportes e Pavimentação Urbana. O esquema desviou até R$ 5,132 milhões dos cofres públicos.

Após deixar a Secretaria Adjunta, Valdisio Viriato estava morando em Santa Catarina onde se apresentava como empresário, figurando como dono das empresas KV Energia LTDA, BVPX Automotiva LTDA, BVPX Camboriú LTDA e Emavi Investimentos e Participações S.A.

Ainda aparecia como o proprietário de três apartamentos de luxo, próximo a praia, no Centro de Balneário Camboriú. O alto padrão de vida é incompatível com sua renda, conforme sustentado pelo Ministério Público.


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