O Ministério Público Estadual (MPE) mantém diversas investigações relacionadas as obras da Copa do Mundo. A suspeita recai em irregularidades como fraudes em licitação, superfaturamento e até mesmo cobrança de propina pelos agentes políticos.
“Para cada obra da Copa do Mundo foi aberto um inquérito civil apurando o que aconteceu”, declarou o novo Procurador Geral de Justiça, Mauro Curvo.
No total, a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) conduziu o total de 56 obras relacionadas a Copa do Mundo, o que contemplou Cuiabá e Várzea Grande com investimentos superiores a R$ 1 bilhão.
A suspeita de irregularidades pode desencadear em novas operações policiais, uma vez que, documentos de investigação são compartilhados com outros órgãos de investigação como o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia Fazendária (Defaz).
Das obras da Copa do Mundo, diversas apresentam falhas estruturais. O VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), modal de transporte avaliado em R$ 1,477 bilhão, consumiu R$ 1 bilhão dos cofres públicos, mas não foi concluída. Aproximadamente R$ 500 milhões foram investidos na compra de vagões que estão abandonados em um depósito em Várzea Grande.
Outra obra problemática foi o Viaduto da Sefaz que chegou a ser interditado sob o risco de desabamento por falha na estrutura.
Há ainda a Arena Pantanal que está incompleta embora tenha sido aplicado R$ 700 milhões em investimentos e outras obras abandonadas como o COT (Centro Oficial de Treinamento) da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e Barra do Pari em Várzea Grande, dentre outras.
Por conta da falta de estrutura suficiente para conduzir mais de 40 investigações, Prado informou que o Ministério Público Estadual (MPE) busca trabalhar em conjunto com outros órgãos de fiscalização como o TCE (Tribunal de Contas do Estado).
“Muitas investigações relacionadas ao VLT foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) em razão do volume de recursos do governo federal. O promotor Clóvis de Almeida está concluindo muitas investigações e queremos solucionar esse impasse a respeito de obras inacabadas. A população de Cuiabá e Várzea Grande não merece esse sofrimento”, disse.