Câmeras de segurança de um comércio registram a sequência que antecede a briga entre duas mulheres, que resultou na morte da vendedora Lilian Martins da Silva, 27, no momento em que puxava a pistola das mãos do delegado que tentava separar as mulheres.
O crime ocorreu por volta das 11h de segunda-feira (6), no perímetro urbano de São José do Rio Claro (299 km de Cuiabá). A vendedora chegou a ser removida para unidade de saúde, onde chegou morta, depois de ser atingida por um disparo no tórax.
As imagens integrarão o inquérito policial sob responsabilidade da delegada regional de Nova Mutum, Alessandrah Marques Alecrim, e foram encaminhadas para Perícia Técnica. Cerca de 10 pessoas foram ouvidas no dia do crime, restando apenas o depoimento da irmã da outra envolvida na briga, que teria fugido para a cidade de Nortelândia (253 km a médio-norte) e que deve se apresentar nos próximos dias.
Ela é irmã da manicure Lucélia Barbosa da Silva, 33, que em depoimento disse que apenas queria cortar o cabelo da rival, que atualmente convivia com seu ex-marido do qual se separou há cinco meses. Tanto que uma tesoura foi localizada pela Polícia na cena do crime.
As imagens mostram Lucélia chegando em um veículo, junto com a irmã. Lilian fazia o acompanhamento do veículo em sua motoneta. Após estacionar o veículo, Lucélia desce com a irmã e Lilian vai ao seu encontro. Em seguida, após breve discussão, partem para a agressão física e começam a rolar no chão.
O delegado da cidade, Nilson André Farias de Oliveira, que não estava em serviço e fazia compras em um comércio próximo, foi acionado por testemunhas que relataram a briga das duas mulheres.
Seguiu até lá com seu veículo. Se aproximou portando a pistola na mão esquerda e com a mão direita tentou tirar Lilian de cima de Lucélia. Neste momento ela alcançou a arma e a puxou contra si, quando a arma disparou.
Crime ocorreu na esquina entre as ruas Santa Catarina e Goiás. Em depoimento Lucélia diz que não tinha intenção de matar a rival mas apenas cortar o cabelo dela. Alega que no momento do disparo não enxergava nada, pois o cabelo de Lilian cobria seu rosto, já que ela estava debaixo da outra.
A Polícia também quer identificar quem levou a tesoura até o local onde ambas brigavam, já que no início do encontro o objeto não estava com nenhuma das duas.
Ambas envolvidas já haviam se confrontado e trocado ameaças outras vezes, já que Lucélia acreditava que antes de se separar dela, o marido, pivô do crime, já mantinha relacionamento com a rival.
A delegada regional informa que exame preliminar dos fatos não comprova o dolo. A culpa será avaliada no decorrer das investigações. A ação do delegado foi no exercício legal do direito para separar uma briga. Ao final da investigação, se houver culpa do delegado, poderá ser indiciado. O inquérito tem prazo de 30 dias. (Silvana Ribas, repórter do GD)