A Casa da Moeda dos EUA, em comemoração ao seu 225º, criou uma moeda com o rosto de mulher negra, para simbolizar a liberdade. Será cunhada em ouro 24 quilates, e custará o equivalente a 323 reais, com previsão de circulação a partir de 06 de abril do corrente ano.
Os símbolos fazem parte da existência terrena, sendo a visibilidade de extrema importância para demonstrar valores da sociedade. A marca física dará a oportunidade de recordação do passado da nação, abraçando valores para direcionar o futuro.
O mencionado objeto com a face reservada a Lady Liberty, será alegoria da democracia mundial, com a exata representação do alvedrio. Além do mais, no verso do objeto terá o desenho de uma águia, um dos animais que representam a liberdade.
A terra do Tio Sam já demonstrou, por inúmeras vezes, que a democracia é sua baliza. Com a chegada da Família Obama ao poder, a matriarca Michelle fez absoluta questão de mostrar que as diferenças são mínimas, quando a essência é o que realmente importa. A referida primeira dama disse repetidas vezes: “Garotas negras arrasam! Nós arrasamos!”.
A estadia dos Obamas na Casa Branca mostrou ao mundo como os direitos humanos aliados à humildade, podem ser benéficos aos relacionamentos pessoais. Michelle asseverou aos menos favorecidos que eles possuem o poder de alcançar o sucesso, mas que a luta é cogente. Afirmou, igualmente, que o triunfo deve ser motivo para ajudar aos que precisam.
É da sobrevivência a luta mais aguerrida daqueles e daquelas que precisam se impor de alguma forma. As mulheres na atualidade estudam e trabalham com maior afinco, para firmar a respectiva competência. E assim é normal que ocorra em camadas sociais menos beneficiadas.
As mulheres negras quando chegam ao ápice da carreira profissional, com certeza, enfrentaram situações de discriminação inenarráveis. Entretanto, as expectativas de dias melhores, através do estudo e trabalho devem ser motivo de superação. Ações positivas se fazem imprescindíveis, como as cotas, verbi gratia, garantindo a equidade.
Dentro do contexto de caminho por dias melhores, em respeito aos direitos dos menos favorecidos, a visibilidade através dos símbolos é indiscutível. A semiótica oferece aos ideais humanos referência para a cultura dos povos. Existem emblemas que possuem significados profundos, alimentando o vindouro, com o acordar do cerne humano.
Os direitos humanos se preocupam sobremaneira com a população negra. Quando se trata de mulheres negras, que se encontram na base da pirâmide, a conjunção é perversa, com a discriminação de gênero e racial. Quanto menor a proporção para se desigualar, o absurdo fica mais perceptível.
A criação de moedas comemorativas devem se traduzir em imagem reconhecível para cidadãs e cidadãos. O níquel é apenas a representação de que os EUA podem alcançar o quase impossível. A reflexão é o que deve ficar do referido símbolo. Infelizmente, no imaginário, o ideal de liberdade, são brancos representado a nação, como sempre aconteceu.
Essa é a primeira moeda comemorativa de uma série que simulará a Lady Liberty. A cada dois anos o rosto de uma mulher asiática, hispânica ou índia ilustrará moedas americanas. Ressalte-se que, na mesma linha, o Tesouro dos EUA irá substituir a imagem do presidente Andrew Jackson da nota de 20 dólares pela da ativista e abolicionista Harriet Tubman. Hodiernamente, é o que se busca…
Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.