A confirmação da morte do ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal pegou todos de surpresa. Ele fazia parte da tripulação de um avião bimotor, com capacidade máxima para até 07 (sete) passageiros.
Ele era o relator da operação Lava Jato no STF. Vinha conduzindo o caso com bastante zelo e perícia jurídica, além de aparente independência e correição.
O caso precisa ser investigado de maneira séria e profunda, sobretudo por conta dos acontecimentos que estavam previstos para ocorrer logo depois do recesso da Corte.
Se por um lado não podemos ser precipitados e vaticinar uma trama para matar Teori, por outro não podemos ser ingênuos e descartar a possibilidade de um assassinato premeditado. Enfim, tudo precisa ser averiguado e elucidado, sem margem para dúvidas.
O próprio filho de Teori, Francisco, tempos atrás alertou no Facebook que se algo ocorresse com alguém da família dele, a primeira suspeita deveria recair sobre os poderosos investigados pela Lava Jato.
Zavascki estava prestes a homologar as delações de 77 (setenta e sete) executivos da Odebrecht, sendo que havia uma grande expectativa de que ele disponibilizaria à opinião pública o conteúdo delas. Elas atingem em cheio quase que toda classe política alojada em Brasília, inclusive a cúpula do governo Temer e a ele próprio, ao que consta.
Segundo o Regimento Interno do Tribunal, o novo ministro a ser nomeado pelo presidente Michel Temer, citado nas delações, é que deverá ser o novo relator da operação Lava Jato. Espero que isso não se consume.
Seria uma excrescência o investigado, provável futuro réu, nomear seu julgador. Caso isso ocorra, será um ato de terrorismo estatal, sem falar que aumentará ainda mais as suspeitas que imediatamente recaíram sobre a “tragédia”.
Torço para que a ministra Cármen Lúcia faça uso das suas atribuições enquanto presidente da Casa e determine a redistribuição do caso, como admite excepcionalmente o Regimento Interno, sob pena de colocar a nova relatoria sob total suspeição e fogo cruzado da opinião pública, imprensa e comunidade jurídica.
Por fim, registro meu pesar pela morte deste ser humano, esposo e pai de família, assim como dos demais seres humanos que estavam a bordo do avião.
Paulo Lemos é advogado em Mato Grosso.
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