Por conta da suspeita de fraudes na folha de pagamento do funcionalismo, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu uma investigação contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, Waldir Bento (PMDB). A suspeita é que tenha havido improbidade administrativa ao autorizar desconto no Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) dos servidores do Legislativo e não transferiu o dinheiro ao Ministério da Fazenda. Se comprovada a fraude, o peemedebista pode ser alvo de uma ação civil pública que pode até mesmo levar a perda dos seus direitos políticos na Justiça.
A investigação conduzida pelo promotor de Justiça Deosdete Cruz Júnior tem como base o procedimento administrativo instaurado pela Mesa Diretora, em maio de 2016, que investigou a suspeita de fraude no período em que o Legislativo foi presidido pelo vereador Waldir Bento no biênio 2013/2014.
Após o procedimento administrativo identificar a suspeita de fraude, o então presidente da Câmara Municipal, vereador Jânio Calistro (PSD), conseguiu parcelar a dívida em 120 parcelas sucessivas, que começaram a ser pagas em abril de 2016. O valor total da dívida é de R$ 863.315 mil, com o valor mensal da parcela é de R$ 7.194,29.
Diante disso, o promotor de Justiça Deosdete Cruz solicitou que a Câmara Municipal de Várzea Grande envie, no prazo de 30 dias, informações sobre o pagamento/repasses do Legislativo correspondente ao imposto de renda retido. Ainda deverá ser encaminhado cópias dos documentos que comprovem os pagamentos/repasses realizados bem como os juros e multas pagas.
Por determinação do Ministério Público, a assessoria jurídica deverá realizar diligências no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para colher informações sobre decisões do pleno referentes ao imposto retido e não repassados pelo ex-presidente do Legislativo Waldir Bento.