Com a delação premiada do empresário Giovani Belatto Guizardi, dono da Dínamo Construtora e réu na 1ª ação penal derivada da Operação Rêmora, que trouxe novos nomes à trama envolvendo um esquema de cobrança de propina, fraudes e direcionamento de licitações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) orçadas inicialmente em R$ 56 milhões, novas fases da operação podem ser deflagradas. Tudo vai depender do avanço das investigações com base nos elementos fornecidos pelo delator.
A informação é do promotor de Justiça, Marco Aurélio de Castro, coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
“As operações vão se produzindo com fases, operação você sabe como começa e nunca sabe como termina. Esse é um grande exemplo, tivemos a primeira fase com a prisão de alguns personagens e o Permínio Pinto não entrou nessa primeira fase porque nós não tínhamos elementos pra dizer que ele participava. Ai veio a segunda fase com elementos. Outras fases podem surgir e novos indivíduos podem ser colocados no polo passivo das demandas”, disse Marco Aurélio em entrevista aos jornalistas que acompanhavam a audiência de instrução e julgamento no Fórum de Cuiabá na tarde desta segunda-feira (12).
Castro ressaltou que depoimento não pode ser palavras ao vento, ou seja, que é preciso ter provas e indícios da participação de mais pessoas no esquema.
“O que nós reforçamos nesse depoimento foi que havia de indicativo dentro do processo. A fala fecha um raciocínio com base em provas. Em relação a outros secretários o que nós temos é uma aproximação. Uma simples aproximação não é crime, não é ato criminoso. Que fique claro que as pessoas citadas no depoimento que não relata um crime não têm nem que se preocupar com esse depoimento”, esclareceu o chefe do Gaeco quando questionado sobre possível envolvimento de outros secretários de Estado no esquema além de Permínio Pinto (PSDB) que era o chefe da Seduc e foi preso na 2ª fase da Operação Rêmora em 20 de julho.
O coordenador do Gaeco, também foi questionado sobre a situação do empresário Alan Malouf que é citado várias vezes na delação de Guizardi e apontado como responsável por arrecadar R$ 10 milhões para fortalecer o caixa de campanha do governador Pedro Taques nas eleições de 2014, por meio de suposto caixa 2 já que tais valores não foram declarados.
Voltou a reafirmar que novas fases da operação podem surgir e pontuou que Alan não é investigado no processo em andamento em virtude da adiantada fase processual. “Nesse processo já está a tríade processual. Então, não tem como incluir alguém no processo. Volto a frisar, novas fases podem surgir, inclusive com personagens com foro, tudo depende das provas e do contexto que se tem uma delação com base no que já pré-existe é esse o cenário que a gente trabalha”, argumentou.