Há uma antiga marchinha de carnaval que o refrão diz: Mamãe, eu quero, mamãe, eu quero. Mamãe eu quero mamar. Dá a chupeta, dá a chupeta. Dá a chupeta pro bebê não chorar.
E como na marchinha de carnaval, estamos vivenciando através dos fatos representados pelos números atuais levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que o Brasil já possui um número relevante de jovens, um quarto do total, que não trabalham e nem estudam, conhecido como a geração nem – nem.
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2016), de 2014 para 2015, o percentual de jovens que não trabalham e nem estudam passou de 20% para 22,5%. O avanço deste quadro negativo na nação pode causar uma profunda desaceleração econômica no futuro e uma inviabilidade da seguridade social (INSS), já que o país precisa de jovens trabalhando e gerando riquezas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e manutenção da aposentadoria daqueles que não possuem mais idade e força física para gerar rendimentos.
Claro que a crise econômica atual favorece a falta de emprego para essa massa jovem, porém nada justifica a não continuidade dos estudos por parte daqueles que hoje se encontram fora do mercado de trabalho. A minha mãe, Prof.ª Isabel Campos, sempre empregou na nossa mente que os estudos e o hábito da leitura seriam a mais valiosa herança que ela poderia nos deixar, já que neste país, a sua profissão de carreira sempre foi e continua sendo pouco valorizada e remunerada.
O pesquisador André Simões, analista da coordenação de população e indicadores sociais do IBGE, destaca que dentro da geração nem nem, pode ser feito um recorte dos nem nem nem, que são os jovens que nem trabalham, nem estudam e nem estão em busca de emprego, ou seja, se encontram totalmente inativos.
Os hábitos negativos que levam a inatividade de um jovem promissor são reflexos de uma sociedade que pouco dedicada a oferecer uma educação de qualidade e exemplos de que para sobreviver e gerar riquezas para si e para a nação é necessário trabalhar de forma inteligente e com visão de longo prazo.
Nós, pais da próxima geração de brasileiros e brasileiras que dirigirão o país precisamos nos esforçar para que este mantra que a maior herança que um pai ou uma mãe pode deixar aos seus filhos é uma educação de qualidade e o exemplo de que a riqueza permanente só é conquistada através do trabalho honesto, se torne cotidiano de todos os lares e hábitos dos nossos filhos.
Júlio Campos Neto é administrador de empresas, pós-graduado em Gestão de Negócios, com MBA em Gestão de Projetos e suplente de deputado estadual pelo DEM-MT.