Em depoimento como testemunha na ação penal relativa a Operação Rêmora, o empresário Ricardo Sguarezi, um dos sócio-proprietários da Aroeira Construções, admitiu que pagava propina ao ex-assessor especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Fábio Frigeri, para receber pelos serviços em obras destinadas a reforma e construção de unidades escolares. Outro beneficiado com propinas também foi o ex-superintendente de Infraestrutura Escolar, Moisés Dias.
Durante questionamentos do Ministério Público Estadual (MPE), Sguarezi afirmou que entregou dois cheques a Fábio Frigeri que, somados, correspondiam a R$ 39 mil, e que o dinheiro seria entregue para pagar uma gráfica com despesas de material de campanha. “O Fábio Frigeri me disse na sala dele que precisava daquele dinheiro para pagar uma gráfica. Tudo indica que era material de campanha eleitoral. Teve uma eleição em 2014 e a cobrança começou em 2015”, disse.
Sguarezi não citou nenhuma autoridade supostamente favorecida com o pagamento das despesas eleitorais.
Ricardo Sguarezi disse ainda que houve um conluio de empresários para conseguir as obras na Seduc e que a cobrança de propina era feita pelo empresário Giovani Guizardi e pelo ex-servidor Fabio Frigeri.
O dono da Aroeira disse que participou de três licitações antes desta reunião, mas ganhou “só de uma”.
“Até meados de julho [de 2015] praticamente eles não pagavam nada na secretaria enquanto não faziam a cobrança da propina para poder receber”.
Após duas horas, o depoimento foi encerrado às 12h30 desta terça-feira (29).