O santista Cristopher Clark, 43, venceu na madrugada desta quinta-feira (24) a primeira edição do “X Factor Brasil”, batendo a curitibana Jenni Mosello, que ficou em segundo lugar, e o grupo feminino Ravena, em terceiro. O vocalista de voz rouca e estilo roqueiro foi o preferido em votação via internet.
“Entrei [na competição] por incentivo dos amigos. Eu não entendi muito bem [no começo]. Não levava a sério. Só entendi a importância do centro de treinamento. Agora, comecei a pensar no meu futuro”, disse Clark ao UOL, logo após a vitória.
Ele vai assinar um contrato de exclusividade com a gravadora Sony Music, que prevê o lançamento de um álbum solo. Em estúdio, o campeão espera continuar trabalhando com seu mentor, o produtor Rick Bonadio. “Meu sonho sempre foi ser bom de música. Estou preparado para fazer o que eu amo. Este vai ser meu segundo contrato com uma gravadora. O primeiro, há 15 anos, só durou um ano”, lembrou.
Derrotada na segunda parte da final, Jenni reconheceu a qualidade do concorrente, que cantou “Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto”, da Legião Urbana, e “Stone Cold”, de Demi Lovato, antes do anúncio do resultado.
A curitibana, por sua vez, preferiu “Tears Dry on Their Own”, de Amy Winehouse, e “Oração”, da Banda Mais Bonita da Cidade. “Estou muito feliz de estar aqui, entre 30 mil pessoas. Admiro demais o Cristopher”, reconheceu. “Ele canta como ninguém canta. Não acho que perdi o segundo lugar. Acho que ganhei”, disse Jenni, que já tem fã-clube, contrato para gravar seu primeiro disco de músicas autorais e uma turnê agendada.
A decisão do público celebrou o concorrente mais experiente e de estilo mais pesado entre os finalistas, contrastando com o domínio dos ritmos populares nas rádios e listas de mais tocadas, principalmente do sertanejo.
Durante a decisão, em meio a vídeos exibidos para homenagear cada finalista, ele foi apelidado de “roqueiro madurão” por Rick Bonadio. “Eu não acreditava que iria ganhar. Não me incomoda ser chamado de madurão. Sou um cara cheio de marcas de derrotas e vitórias. Essa é a minha verdade.”
Dono de voz aguda e potente, Cristopher é figura fácil na cena alternativa de Santos, além de vocalista da banda Parallax, que já tocou no Rock in Rio. Apresentando-se principalmente em bares e pequenas casas de shows, ele costuma interpretar clássicos do rock e versões pesadas de hits do pop.
O clima da final
Apesar da vitória, comemorada com uma versão de “Kiss”, do cantor Prince, Clark não era o favorito da plateia presente no estúdio, mais inclinada à eleger Jenni ao posto principal.
Quando Rick Bonadio começou a chamá-lo de “madurão”, ressaltando que não se tratava de um jovem iniciante, parte do público chegou a vaiar o mentor de Clark.
O público também não perdoou a indumentária colorida da jurada Alinne Rosa, madrinha de Jenni, que nas redes sociais ganhou apelidos de “almofada azul” e “roupa de maracatu”.
No momento do anúncio do resultado, no entanto, nada de vaias, apenas ovação ao vencedor.
A final do “X Factor Brasil” aconteceu nos Estúdios Quanta, na zona oeste de São Paulo, e teve shows dos convidados Ludmilla, Tiago Iorc e Jota Quest.
Os candidatos que ficaram entre os dez melhores na competição também fizeram um número especial na abertura, cantando“Viva La Vida”, do Coldplay, e assistiram à final sentados junto ao público.