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Violência jovem e cidadania – 2

A partir de 1971 abriu-se um imenso mercado de trabalho no Brasil e as mães deixaram seus lares em troca do trabalho fora de casa depois do “milagre econômico”. De donas de casa simples submissas aos maridos e à sociedade, elas adquiriram poder político em casa e na sociedade. Na medida em que tinham a sua própria renda e participavam da renda doméstica ganharam protagonismo na velha sociedade patriarcal brasileira.

As universidades se encheram de mulheres. Recordo aqui. No curso de Jornalismo que frequentei na Universidade de Brasília entre os anos de 1965/1968, formamos 17 jornalistas. Duas mulheres. Na última turma de jornalistas em que fui professor, em Cuiabá, de 38 formandos, dois eram homens.

O jornalismo tornou-se uma profissão feminina. Assim como a magistratura, o Ministério Público, as defensorias, as universidades, a medicina, o direito, etc. Mas essas mesmas mulheres não deixaram de ser mães. Aquela escola tradicional, maternal e protetora com professoras-mães, morreu.

Filhos saem de casa pobres de noção de valores. Em todas as classes sociais. Invadem as escolas com a sua arrogância natural e confrontam-se com uma escola velha e desatual.

Não aprendem a cidadania na escola, não aprendem a dialogar e sequer a conversar. Isso seria a verdadeira educação num tempo como esse em que as fontes de informação da criançada vêm de muitas fontes. A maioria muito mais interessante. A escola talvez seja a última fonte de informação. Nesse caso, ela deveria alfabetizá-los ensinar-lhes a cidadania. Tão somente

Mas aqui entra a primeira contradição. A professora de hoje é filha ou neta daquela mãe que foi pro mercado de trabalho depois de 1971. Teve educação precária. Ensinar o que sobre vida e vivências? Sua própria educação também fui ruim. Se no geral é assim, como será então nas periferias onde a educação é menosprezada e subestimada? Tema pra amanhã.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

 


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