"> Wilson pede que irmão e cunhada de Emanuel seja investigados por R$ 4 milhões de propina – CanalMT
Assessoria

Wilson pede que irmão e cunhada de Emanuel seja investigados por R$ 4 milhões de propina

Da Redação Sávio Saviola

O candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB) protocolou na tarde desta segunda-feira (24) uma queixa-crime na Defaz (Delegacia Fazendária) para que seja investigada a suspeita de que o irmão do deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB), o empresário Marco Pólo Pinheiro, conhecido como Popó, e sua esposa Bárbara Pinheiro, tenham recebido até R$ 4 milhões de propina para a empresa Caramuru Alimentos ser beneficiada com incentivos fiscais pela gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Os incentivos fiscais foram suspensos na gestão do governador Pedro Taques (PSDB) após uma auditoria da CGE (Controladoria Geral do Estado) identificar irregularidades na concessão do benefício autorizado pelo ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio, Alan Zanata. Empresário com origem em Várzea Grande, Zanata ocupava o cargo por indicação do atual senador Welington Fagundes (PR) e do próprio Emanuel Pinheiro (PMDB) que exerce mandato na Assembleia Legislativa.

Na queixa crime protocolada pelo candidato do PSDB, está um CD que contém uma conversa de Wilson Santos com o empresário Popó de Freitas e sua esposa Barbara Pinheiro.

De acordo com Wilson Santos, o casal se deslocou até a sua residência no Edifício Ravenna Park no dia 24 de setembro para manifestar sua preocupação com relação à possibilidade de o tucano apresentar em seu programa eleitoral um suposto vídeo que estaria em seu domínio associando a família de Emanuel Pinheiro a um suposto recebimento de propina de R$ 4 milhões pagos pela empresa Caramuru Alimentos para usufruir de incentivos fiscais.

De acordo com o pedido de investigação, na reunião com Wilson, Barbara e Popó revelaram que o valor de R$ 4 milhões pagos pela empresa foi por uma “consultoria” em busca do enquadramento no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic).

No entanto, quando questionados novamente sobre a origem do dinheiro, Barbara teria dito, segundo Wilson, que a única coisa que fez foi ir ao Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cedem), responsável por avalizar o pedido de concessão do beneficio, para acompanhar o andamento do processo da Caramuru.

Porém, de acordo com o pedido da coligação tucana, um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontou que o benefício concedido à Caramuru foi “ad referendum” do então secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Allan Zanata – indicado por Emanuel e o senador Wellington Fagundes (PR) -, sem a aprovação prévia do Cedem.

“Tão logo deferido o requerimento da empresa, de forma irregular, diga-se, as empresas de propriedade do casal, assim como da sra. Fabíola Sampaio, emitiram R$ 4 milhões em notas em favor da empresa Caramuru, tendo ocorrido o recebimento em contas de titularidade das mesmas, segundo relato dos próprios Marcos Polo e Barbara, em confissão ocorrida diretamente a este subscritor, em conversa registrada em áudio”, diz trecho do pedido entregue à Defaz.

De acordo com Wilson, “é evidente que não houve qualquer prestação de serviços que pudessem justificar o pagamento destes valores milionários às empresas do casal, até porque, estas empresas não atuam no ramo de consultoria tributária”.

O documento do tucano também afirma que a emissões de notas fiscais tiveram como propósito “único e exclusivo” de “propiciar a lavagem” dos recursos obtidos como “propina” por Emanuel.

“A movimentação dos recursos poderá ser rastreada através de quebra do sigilo bancário e fiscal das empresas de propriedade do casal – Marco Polo e Bárbara -, assim como da sra. Fabíola Sampaio, e da própria Caramuru, e das pessoas físicas de Emanuel Pinheiro, Marco Polo, Barbara, além de sua irmã, Fabiola Sampaio, que também teria movimentado recursos oriundos do esquema”, declarou.

Na conversa, a empresária Barbara Pinheiro revela que está lotada na Assembleia Legislativa com salário de R$ 13 mil e expõe sua preocupação em ser presa pela Polícia Civil.

“Enquanto vocês estão brigando aí, com essas coisas da vida de vocês, eu acho que tudo bem. Mas a partir do momento que for para a minha vida, vai acabar com a minha vida (…) Eu não to acreditando ainda que é possível que tenha que ter (usar) isso na eleição. Que tem que me expor”, disse.

“Eu falei pro Popó, eu só não fui embora ainda porque eu não posso deixar a minha mãe aí. Mas eu quero ir embora.Eu não quero ser presa. Eu to com medo. Eu tô com medo, eu juro por Deus, eu to com muito medo”, afirmou.


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