A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, designou para o dia 30 de novembro de 2016, às 16h30, um novo depoimento do ex-deputado estadual José Riva (sem partido) em uma ação penal relativa a Operação Arca de Noé da Polícia Federal.
A expectativa é que Riva venha a contribuir com a Justiça por meio de revelações a respeito do esquema de corrupção que vigorou na Assembleia Legislativa na década de 90 e começo dos anos 2000.
A decisão de contribuir com a Justiça por meio de depoimentos já ocorreu na ação penal relativa a Operação Ventríloquo que apura desvio de R$ 9 milhões dos cofres do Legislativo por meio de fraude em um pagamento que deveria ser destinado ao Banco HSBC.
Na ocasião, Riva revelou detalhes do esquema fraudulento e ainda envolveu outros deputados como Romoaldo Junior (PMDB) e Mauro Savi (PSB).
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa emitia cheques para empresas de fachada para pagamentos de serviços que jamais foram prestados. Esses cheques viriam a ser trocados na factoring do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, considerado na época chefe do crime organizado em Mato Grosso.
Esse dinheiro desviado serviria para pagamento de despesas de campanha eleitoral e enriquecimento ilícito dos agentes políticos envolvidos. Em valores atualizados, o Ministério Público suspeita que até R$ 500 milhões tenham sido desviados dos cofres do Legislativo.
Por outro lado, a magistrada negou pedido da defesa de Riva, liderada pelo advogado Rodrigo Mudrovitsch, para autorizar o compartilhamento dos livros contábeis da empresa Confiança Factoring; traslado das “fitas do caixa” do Banco do Brasil, bem como o compartilhamento das cópias dos cheques acostados nos autos do procedimento administrativo que instruiu a ação penal; e realização de perícia grafotécnica nos cheques acostados aos autos do procedimento administrativo que instruiu a presente ação penal. Os requerimentos, porém, foram negados.