Durante entrevista a jornalistas na tarde desta sexta-feira (16), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que considera sua prisão injusta pela falta de elementos suficientes para mantê-lo encarcerado.
O peemedebista completa um ano de prisão neste sábado (17) e compareceu 7ª Vara Criminal de Cuiabá para acompanhar o depoimento de testemunhas da ação penal relativa a Operação Seven, na qual é acusado de um dos mentores de um esquema de desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos
Visivelmente abatido, Silval conversou com em tom de desabafo e acredita que não motivos para seguir detido, atribuindo sua prisão a “delatores mentirosos”.
“Eu estou sofrendo com esse enclausuramento na prisão. Não consigo ter acesso aos documentos do processo para tomar conhecimento do que estão me acusando e o que poderia rebater. Ainda assim, estamos com a banca de advogados recorrendo aos tribunais superiores”, disse.
Preso inicialmente no dia 17 de setembro de 2015 pela suspeita de chefiar um esquema de cobrança de propina para concessão de incentivos fiscais a empresas privadas, o ex-governador conseguiu revogar esse mandado de prisão.
Atualmente, está detido pela suspeita de receber propina que variava mensalmente de R$ 500 mil a R$ 700 mil mensal para manter em vigência o contrato com a empresa Consignum, que lida com empréstimos consignados e é de propriedade do empresário Williams Mischur, que firmou termo de colaboração premiada com a Justiça após ser preso na segunda fase da Operação Sodoma com R$ 1 milhão em espécie em sua residência.
Silval ainda negou que tenha a proposta de fugir de Mato Grosso para escapar de uma punição do Judiciário, conforme a preocupação do Ministério Público Estadual (MPE), em parecer assinado pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco, que defende a manutenção da sua prisão preventiva ainda que tenha se encerrado a fase de instrução processual relativa à ação penal da segunda e terceira fase da Operação Sodoma da Polícia Civil.
“Eu não vou fugir e não existe possibilidade disso. Eu me apresentei espontaneamente a Justiça. Tenho residência fixa e estou há quase 40 anos em Mato Grosso. Minha família foi construída aqui, gosto de viver aqui e não vou embora por causa de suposições maldosas. Não tenho conta no Exterior, não sou o Eduardo Cunha”, disse.
O ex-governador ainda negou que tenha se enriquecido ilicitamente com aumento do patrimônio desproporcional aos seus vencimentos dos últimos anos. “Depois que entrei na política meu patrimônio diminuiu. Dediquei 22 anos para a vida pública. Eu fazia política com amor porque eu gostava”, disse.
Questionado se está arrependido de algo, Silval Barbosa disse que olharia as pessoas mais próximas com a devida atenção e acredita que o atual momento em que o país vive favoreceu sua prisão preventiva. “Não me arrependo de nada do que faço. Avaliaria mais as pessoas e os procedimentos. Mas tudo é uma questão de momento. A legislação mudou, veio a delação premiada. Então, é mais fácil atribuir responsabilidade a terceiro do que assumi-las. Infelizmente, estou sendo vítima de delatores mentirosos”.