O vereador cassado João Emanuel, ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, foi preso preventivamente na tarde desta sexta-feira (16) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e foi remetido ao CCC (Centro de Custódia de Cuiabá).
A prisão preventiva foi autorizada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, nos autos da ação penal relativa a Operação Aprendiz deflagrada em 2013 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investigou a suspeita de João Emanuel enquanto vereador para desviar R$ 1,5 milhão dos cofres da Câmara Municipal de Cuiabá para pagar empréstimos contraídos com agiotas que serviram para a compra de terrenos mediante fraude.
Anteriormente, João Emanuel havia conseguido converter uma prisão preventiva em prisão domiciliar na Operação Castelo de Areia, deflagrada pelo GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) para apurar a suspeita de que o ex-vereador estava aplicando golpes financeiros em empresários no valor de até R$ 50 milhões ao agir como um dos sócios do Grupo Soy.
O benefício havia sido concedido porque João Emanuel havia se submetido recentemente a uma cirurgia de varicocele bilateral. Porém, uma perícia do IML (Instituto Médico Legal) comprovou que o ex-vereador tem condições físicas de permanecer detido no CCC (Centro de Custódia de Cuiabá), pois não necessita mais de cuidados especiais e está apto para sair do repouso pós-operatório e ficar recolhido na cadeia.
A última acusação feita contra João Emanuel foi feita pelo presidente do grupo Soy, Walter Dias Magalhães Júnior, que em depoimento ao GCCO afirmou que o ex-vereador estava disposto a planejar a morte da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, por conta de sua proximidade com membros da facção criminosa Comando Vermelho, que se daria em razão de João Emanuel ser advogado e atuar em defesa de criminosos em processos na área penal.
Por outro lado, o advogado Lázaro Moreira Lima, irmão de João Emanuel, considerou a acusação como absurda e moveu uma queixa-crime contra Walter Dias Magalhães Júnior por calúnia e difamação.
O juiz aposentado compulsoriamente, Irênio Lima, que é pai de João Emanuel, e o advogado Lázaro Moreira, que é irmão do ex-vereador, também foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) pela suspeita de integrar a organização criminosa que aplicava golpes milionários em empresários.
No entanto, ambos alegam não ter cabimento que tenham recebido tanto dinheiro e estão enfrentando dificuldades financeiras até mesmo para pagar as contas do apartamento onde vivem.