A economia brasileira enfrenta uma grave crise que se arrasta há mais de dois anos. A recessão tomou conta de quase todos os setores da economia provocando alta do desemprego e queda na arrecadação. O agronegócio, no entanto, manteve-se na contramão dessa tendência. Hoje, o setor responde por 46,2% das exportações, o que representa 21,49% do PIB (Produto Interno Bruto).
Para que o Brasil saia dessa crise mais rapidamente tenho convicção de que o agronegócio é o melhor caminho. Nesse sentido, estabelecemos uma meta frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de que o setor, num prazo de cinco anos, atinja 10% do mercado global do agronegócio. Atualmente o Brasil detêm 6,9% desse mercado.
Não será uma tarefa fácil, mas estamos trabalhando para atingir esse objetivo. A nossa estratégia de abertura de novos mercados vem sendo viabilizada por meio de encontros bilaterais e multilaterais e da ampliação da nossa plataforma de negócios, ainda muito baseada carnes e grãos.
A meta é ambiciosa, mas tenho certeza de que com foco e empenho da nossa equipe e o apoio do mercado chegaremos lá. Para tanto, lançamos o Plano Agro+, um programa de eficiência que visa modernizar e desburocratizar os procedimentos adotados pelo Mapa. A ideia central é oferecer ao setor mais eficiência, maior produtividade, mais sustentabilidade, reduzindo o chamado custo Brasil.
Para lançarmos esse programa, ouvimos 88 entidades do setor. O resultado foi a apresentação de 315 demandas. Várias propostas de medidas também foram aceitas e outras ainda estão em análise. De pronto, já temos solução para 69 demandas, que, de acordo com cálculos apresentados pela própria CNA (Confederação Nacional da Agricultura), propiciarão um ganho de mais de R$ 1 bilhão ao ano. Um dinheiro que sairá da mão da ineficiência e passará para a mão da eficiência.
O Plano Agro+ não termina agora. Em apenas 60 dias teremos mais 59 medidas tratadas e, em 120 dias, teremos aproximadamente 280 medidas solucionadas. Trata-se de um trabalho perene, visto que a burocracia sempre se reinventa e temos que ficar atentos.
Sempre ouvimos que se “o governo não atrapalhar, já ajuda bastante”. Tudo o que queremos é estimular o setor a crescer de forma célere e sustentável. Se conseguirmos atingir nossa meta de conquistar 10% do mercado internacional, teremos mais U$30 bilhões adicionados a economia brasileira, gerando mais oportunidades e empregos.
O MAPA quer tirar as amarras que fazem o agronegócio brasileiro patinar nos 6.9% do mercado mundial. É chegada a hora de assumirmos nosso protagonismo global, responsabilidade que o Brasil naturalmente deve alcançar. A nossa visão é que o agronegócio brasileiro precisa transformar a riqueza do setor em oportunidades de emprego e renda para a população brasileira. Garantir um alimento de qualidade e barato na mesa de cada cidadão brasileiro.
Queremos um Brasil mais simples para quem produz e mais forte para competir!
Blairo Maggi é ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.