O Exército da Nigéria afirmou nesta terça-feira que bombardeios realizados na última sexta-feira mataram diversos comandantes do Boko Haram, e entre eles pode estar o chefe do grupo, Abubakar Shekau. O comunicado do Exército nigeriano cita um “ataque aéreo espetacular e sem procedentes” que teria “ferido fatalmente no ombro” o principal extremista islâmico do país.
Essa é a terceira vez que as forças de segurança nigerianas alegam ter matado Shekau – logo após as duas declarações anteriores, o jihadista voltou a aparecer vivo em vídeos ou áudios divulgados pelos extremistas. Segundo o Exército, o Boko Haram usava combatentes parecidos com Shekau para esconder seu verdadeiro paradeiro.
Os ataques aéreos que podem ter matado o chefe extremista ocorreram enquanto os terroristas oravam na sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, em uma vila de Taye. O comunicado assinado pelo porta-voz do Exército, coronel Sani Kukasheka Usman, confirma as mortes dos comandantes Abubakar Mubi, Malam Nuhu e Malam Hamman, entre outros.
O comunicado foi divulgado no momento em que o secretário de Estado americano, John Kerry, está em Abuja, capital nigeriana, para se reunir com o presidente Muhammadu Buhari. A dupla deve discutir o extremismo islâmico e a segurança regional. Kerry falou na manhã desta terça-feira na cidade de Sokoto, no norte nigeriano, mas não fez referência ao comunicado do Exército.
Shekau começou sua campanha terrorista em 2009. Desde então, o Boko Haram já matou 20.000 pessoas, forçou mais de 2,2 milhões de nigerianos a abandonar suas casas e disseminou sua ideologia extremista para além das fronteiras da Nigéria. A crise tem sido marcada por ataques mortíferos e atentados suicidas contra escolas, mesquitas e mercados, além do sequestro em abril de 2014 de 276 alunas de uma remota escola na cidade de Chibok, no nordeste nigeriano. Algumas dezenas delas conseguiram escapar, mas 218 seguem desaparecidas.