Entre os dias 16 e 25 de setembro será realizada a 41ª. Expocruz ou a feira internacional em Santa Cruz de la Sierra. É um dos maiores eventos comerciais da América do Sul.
Lá se tem também as Rodas de Negócios em que empresários tentam vender ou comprar produtos de toda a região.
MT participava dessa feira com mais assiduidade. Depois foi esmaecendo tal participação. Continuo com a teoria de que empresários em MT não se movimentam muito nessa ou naquela direção se o governo do estado não puxar o barco.
Como nos governos Maggi e Silval Barbosa houve um fechar de olhos para os países Andinos, os empresários estaduais também refluíram.
O governo atual mostra-se interessado numa conversa com a Bolívia e os países andinos. Por causa dessa movimentação é certo que mais gentes do empresariado vão participar da feira em Santa Cruz.
Mesmo sem asfalto para os Andes, ou quem sabe descendo pela hidrovia Paraguai-Paraná até Puerto Aguirre na Bolívia, não daria para MT tentar competir na venda de carne de gado para aquela região? Ali é difícil produzi-la. Tem-se mais frango e suíno. Carnes de gado do Uruguai e Argentina estão chegando lá. Não dá para abrir mais essa fronteira para a carne do estado?
Aproveitando o gancho da Expocruz, como andam as conversações para buscar recursos para o asfaltamento entre San Matias e Santa Cruz? Na recente viagem que o governo e empresários fizeram aos portos do Pacífico esse assunto veio à tona.
Teve-se até conversa inicial com representante da Corporação Andina de Fomento para conseguir recurso para aquela rodovia. Houve até uma frase famosa de alguém da CAF de que dinheiro existe,bastasse Evo Morales mostrar interesse em tê-lo.
Também se falou que Pedro Taques iria levar esse assunto para o Michel Temer, antes como vice-presidente e depois já como presidente interino. Agora que tudo indica que ele fica, não daria para voltar a essa conversa e ter o BNDES nesse empreendimento também ? O acordo do gás com a Bolívia termina em 2019. Não dá para fazer um pacotão incluindo financiamento para aquele trecho da rodovia? Quem paga, claro, é o governo boliviano.
Como anda aquela aproximação que MT fez com o governador de Santa Cruz, Ruben Acosta, em que se falava que sua administração estaria disposta a entrar com 30% dos gastos daquela rodovia? Como estaria também outra conversa, que nasceu dentro da Bolívia, de que o BID poderia entrar nessa empreitada de empréstimo para a rodovia?
Não se pode, como se fez mais de uma vez antes, ter entusiasmo por esse assunto e depois deixar morrer. La nos países andinos tem até piadas sobre isso. O prefeito de Iquique é craque em comentários mordazes sobre esse nosso jeito de fazer contatos regionais. É tempo de acabar com esses chistes sobre nosotros.
Alfredo da Mota Menezes é historiador e analista político.