Em tempos de turbulência política, o que realmente leva um professor Doutor em Filosofia com tese defendida na área da Ética, filho desta terra, a se apresentar como candidato a vereador da sua cidade? Não existe outra resposta que não seja uma mistura entre paixão, indignação e decepção. Ser apaixonado pelo que faz é o primeiro passo para que se faça direito. Tenho a convicção de que quando o candidato não sabe o que procura ele não identifica o que acha e portanto não faz diferença naquilo que ele se propõe a fazer. Você deixaria um médico incompetente cuidar do seu filho doente? Certamente que não, porque um médico sem preparo e conhecimento mata o paciente assim como um advogado despreparado que não conhece as leis vai, sem dúvida, prejudicar seu cliente. Com o candidato a um cargo político é a mesma coisa.
Nas eleições deste ano sugiro ao eleitor que aplique uma ferramenta de seleção na hora de escolher o seu candidato. É claro que não importa a sua classe social muito menos a sua condição financeira mas uma coisa é essencial, ele precisa sobretudo conhecer a cidade como seu ambiente de trabalho, amar as pessoas que vivem nela e saber exatamente qual a função que ele exercerá caso seja eleito.
Pergunte ao candidato qual a função de um vereador? Quais as suas propostas? Ou ainda quem foi Pascoal Moreira Cabral? Candidatos que se candidatam a um cargo político que não sabem pelo menos o que vão fazer, caso sejam eleitos, não servem até porque a câmara de vereadores não é uma escola. Candidatos sem projetos que praticam assistencialismo e legislam para uma minoria não ajudam ninguém, pelo contrário compram votos por meio de sextas básicas, óculos de grau, placas de formatura, caixões, etc. Esse tipo de candidato é ruim e, sem dúvida, o maior culpado pela transformação de uma casa de leis em uma casa dos horrores.
Pensar no futuro da nossa cidade requer reflexão e sobretudo consciência para agir certo. O político não pode ser político mas estar político e colocar a disposição dos cidadãos suas ideias e intenções. Você assim como eu estamos certamente decepcionados com a política, no entanto, não existe outro caminho que não seja pela política o início de todo um processo de mudança e transformação.
Cuiabá, a nossa cidade, beira os 300 anos e que tipo de cidade você quer deixar para os seus filhos e netos? Nossa cidade carece de um transporte público de qualidade a muitos anos. Na educação os professores são desvalorizados e estão, em sua maioria, desmotivados e sem condições de trabalho. A saúde precária ora ou outra com médicos em greve e sem perspectivas de melhoria a curto prazo. Sistemas de abastecimento de água e esgoto em colapso absoluto em alguns bairros. Segurança com índices de ocorrência cada vez maiores. Que tipo de cidade você quer pra viver? Precisamos agir agora para que o sonho de uma cidade mais humana possa realmente acontecer. Pense nisso e compartilhe esta ideia.
Prof. Dr. Haroldo Arruda Junior