Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na tarde desta segunda-feira, o empresário Esper Haddad Neto, um dos proprietários da construtora Panamericana, confirmou que o empresário Giovani Guizardi confirmou por meio de um gesto de positivo com o polegar direito que o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), tinha conhecimento do esquema de cobrança de propina as empreiteiras que prestavam serviços de reformas e construção de unidades escolares. As investigações apontam que o esquema vigorou em contratos que somam até R$ 56 milhões.
Haddad confirmou que em determinado dia se reuniu com o empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construções, na sede da empresa, na companhia do empresário Luiz Fernando da Costa Rondon, um dos donos da Luma Construtora, que questionou Guizardi se o secretário Permínio Pinto tinha conhecimento do esquema de cobrança de propina, o que foi confirmado. “Giovani estava em sua mesa e após cumprimentar o interrogando e seu sogro Esper entregou ao interrogando um aparelho tipo tablete contendo os seguintes dizeres: a partir de agora, será cobrada uma taxa de 5% sobre todos os valores recebidos da secretaria”, diz um dos trechos do depoimento.
Haddad ainda confirmou que Giovani Guizardi se mantinha intransigente informando a todo momento que não aceitava reduzir o percentual de 5% para 3% de propina. Além disso, Guizardi deixou claro que tinha informações privilegiadas, pois sabia que a Panamericana Construtora havia recebido um pagamento recente do Estado por serviços prestados na Seduc.
Esper Haddad ainda revelou que Guizardi reclamou que os empresários não poderiam se reunir daquela maneira e sugeriu a formação de uma comissão menor que contaria com a participação dos empresários Eder Meciano, da construtora Geotop, e Leonardo Guimarães Rodrigues, da empresa JER Construtora.
Ésper também confirmou que chegou a participar da reunião que dividiu as licitações na Seduc. No entanto, ele se recusou a aceitar o acordo.
O ex-secretário Permínio Pinto tem o depoimento programado para quarta-feira (27), uma semana após ser preso na fase “Locus Delicti” da “Operação Rêmora”. Já Guizardi e ainda os ex-servidores Fábrio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Moisés Dias da Silva estão presos desde maio.