Tite afirma, em entrevista na Gazeta Esportiva, do dia 27 de junho, que o Chile é referencia para nossa Seleção.
Que referência que nada, Tite! A Seleção Chilena pode nos servir de referêcia em dois sentidos que a fazem vencedora dos últimos títulos disputados: a vergonha na cara, requisito que há muito tempo está afastado de nossos jogadores, e a vontade imensa de ganhar.
“Canelas de vidro” como se diz na linguagem do futibolês, os arquimilionários que hoje “se propõem” a defender nossa seleção pensam nos milhares de dólares que poderão entrar nos seus bolsos em propagandas e outras formas de ganhar dinheiro, que não necessitam entrar em bolas divididas.
Imaginem, senhores, Marco Polo del Nero, o presidente da CBF que tem medo de sair do Brasil para não ser preso, diz e o site Terra publica na primeira página, que “escalou” o senhor Alexandre Silveira, funcionário da CBF e homem de sua confiança, para “vigiar” Tite, seu desafeto desde que assinou um documento pedindo a renúncia do agora seu patrão.
Tite nada mais é do que o técnico da Seleção Brasileira, unanimidade nacional (até não perder dois jogos, mas é!).
Tem cabimento?
Quem acompanhou o futebol na década de setenta, lembra-se perfeitamente como os jogadores daquela época vibravam com um gol.
Hoje, a gente vê um desses trilionários vibrar com um gol, fica sem saber se é de alegria ou se ele acabou de sair de um velório.
Tem que ser trabalhado o jogador brasileiro, para voltar a ter vontade de vestir a camisa verde amarela como outrora. Mostrar a eles, que fora do campo existem duzentos e vinte milhões de apaixonados por nossa seleção.
Agora, tomar o Chile como referência, dá licença, né, Tite!
Se você disser que hoje o Chile pratica um futebol superior ao nosso, acredito e admito.
Se disser que seleções infinitamente inferiores à brasileira tecnicamente jogam com o coração na mão e uma vontade ímpar de vencer, admito e concordo.
Isso que o Chile tem. Joga com o coração, joga como se tivesse à mesa, um bife de filé acebolado com batatas fritas.
Nós, nem com camarão ou lagosta estamos jogando nada.
Outra oportunidade de mostrar vontade e vergonha se apresenta aos nossos jogadores: ganhar o único titulo que falta ao Brasil, o de campeão olímpico.
Nós estaremos nas arquibancadas torcendo e dando a maior força. Não podemos da arquibancada chutar em gol.
Com você, Neymar, e com seus companheiros, acredita o povo brasileiro, que a garra e a vontade de ganhar voltem.
EDUARDO PÓVOAS é odontólogo em Cuiabá, com pós-graduação na UFRJ.