Fiquei espantado com a última pesquisa de opinião divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Afirma o Instituto Data Folha que quase um terço da população brasileira se diz favorável à volta da presidente afastada.
É inacreditável que esse pessoal todo não se dê conta do tamanho do prejuízo que o PT e seus representantes causaram ao país, enquanto estavam no poder:
Doze milhões de desempregados, inflação superior a 10% ao ano, monumental rombo nas contas públicas, crescimento negativo e corrupção espalhada por todos os setores da administração.
Somente a alienação política de parte do povo explica essa absurda opção pela volta da dona Dilma.
A mesma pesquisa, confirmando a desinformação dos eleitores, mostrou que 32% dos pesquisados não souberam dizer o nome do atual presidente da República.
Com tanta exposição do interino Temer na mídia, parece quase impossível alguém ignorar o seu nome.
O glorioso líder Lula, criador e fiador da nefasta presidente afastada, surge na mesma pesquisa como forte candidato à Presidência nas eleições de 2018.
Ele têm a preferência de 25% dos eleitores, variando um pouco conforme a sugestão dos pesquisadores de quais seriam seus futuros adversários.
No segundo turno perderia para Marina Silva, que como presidente poderá transformar o Brasil, para deleite dos ecologistas e dos macacos, em uma imensa e sagrada floresta tropical.
Enrolado até o pescoço com a Lava-Jato, investigado por diversos crimes,o ex-presidente conserva grande parte de seus antigos eleitores, que, alheios, por ideologia ou ignorância, aos seus malfeitos, o consideram o guia ideal para salvar a Pátria.
A tolerância ao comportamento antiético da nossa sociedade influi diretamente na qualidade dos políticos que são escolhidos pelo povo.
A democracia, tida como uma sagrada conquista de uma nação, quando exercida em um ambiente eticamente frágil, tem o poder de concentrar os piores quadros nos lugares mais importantes.
Os espertos (eufemismo que substitui impudentes) destacam-se nas disputas eleitorais exatamente porque, carentes de escrúpulos, não hesitam em ludibriar o eleitor com promessas, mentiras e ofertas de vantagens individuais.
A sacralização de qualquer ideia tem o dom de desconsiderar seus defeitos e exaltar as virtudes.
Quando aceitamos que algo é sagrado ( como uma religião, por exemplo) afirmamos sua perfeição, abandonando qualquer iniciativa de melhora ou substituição.
Assim é a democracia (sagrada para muitos), que pode ser muito boa na Suíça, mas não funciona no Brasil.
A intenção de voto no Lula e o desejo expressado pelos eleitores do retorno da Dilma parecem confirmar que a escolha popular dos governantes não é um bom caminho para a prosperidade, pelo menos por aqui e por enquanto.
Acho que um dia teremos que abandonar essa ideia idiota que os políticos gravaram em nossa cabeça, por interesses próprios, que democracia é o povo no poder.
Obs: João Santana, marqueteiro do PT, que entende como poucos de campanhas eleitorais, afirmou em juízo que 98% das disputas por cargos públicos no país estão fora da lei.
Se algum político que esteja lendo este artigo discorda dele ou se sente ofendido, está com a palavra para desmenti-lo.
RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá.