Tem especulação para todos os gostos e interesses. Interesses e gostos dos agentes políticos e que norteiam o jogo político-eleitoral, além de persuadirem o público.
Afinal, cabe lembrar, este jogo é um espetáculo, e seus atores carecem da aprovação ou da reprovação da plateia.
Esta, pelo menos em sua imensa maioria, recusa-se a fazer a leitura devida. O que reforça a predominância da versão no lugar do fato, com o uso da persuasão, da retórica gorgiana.
E é a partir daqui que se deve discutir a importância do candidato vice na disputa pela chefia do Executivo. Candidatura que, quase sempre, promove uma briga a parte.
É o que se vê e acompanha agora em Cuiabá, com partidos e políticos se digladiando bastante, com o fim da conquista da condição de vice na chapa do prefeito-candidato Mauro Mendes (PSB).
Situação gerada basicamente por três fatores, a saber: (1º.) a cobiça pelo poder, com o objetivo de satisfazer interesse particular; (2º.) a facilidade com que o prefeito terá na eleição deste ano, uma eleição considerada de um turno só, bem diferente da de 2012, que foi decidida em segundo turno; e (3º.) diz respeito à crença de que se reeleito, o socialista-prefeito deixará o cargo para entrar em nova disputa em 2018 (ainda que negada, claro).
Estes três fatores acirram a disputa pela condição de candidato a vice-prefeito. Uma condição pleiteada, inclusive, por algumas das chamadas siglas nanicas, as quais se veem confrontadas pelos de porte médio e grande.
Mas também por todas as agremiações partidárias que fizeram parte da coligação que elegeu o governador Pedro Taques, ombreadas que são por aquelas que pretendem apoiar o prefeito cuiabano na recandidatura.
Neste embate a parte, nomes são colocados à disposição. Recentemente, aliás, o presidente da Câmara Municipal, Haroldo Kuzai, foi indicado, pelo Solidariedade para compor a chapa Mauro Mendes, sob a argumentação de que a dita sigla tem ‘uma base política firme na Capital’.
Dias atrás, foi a vez do PSD a reivindicar para si o direito de indicar o nome do candidato à vice, saindo completamente contrário ao fechamento de questão com o PSDB, mesmo que este seja o partido do governador, a quem – pelo menos se acredita – deveria ter a palavra final sobre quem do ninho.
Argumento simplista. E, portanto, insuficiente. Pois o nome deveria ser indicado com bases a uma série de fatores, os quais se estendem do fator pessoal agregador até a capacidade de conquista de votos, passando pela avaliação de sua atuação no cenário social, político, econômico.
Detalhe, infelizmente, ignorado. Não levado em consideração,inclusive, pelo próprio PSDB, que há muito vem batalhando para ser de suas fileiras o indicado.
A própria defesa de alguns tucanos pela candidatura de prefeito não passa de blefe, com vista ao fortalecimento da sigla na discussão sobre o candidato a vice.
Dentro dela, aliás, já se falou em vários nomes, e, agora, as atenções se voltaram para o Adevair Cabral, o qual é tido como alguém de confiança do governador, e até o acompanhou na migração do PDT para o PSDB.
A discussão sobre a candidatura a vice na chapa Mauro Mendes ainda irá provocar muita discussão.
É isto.
LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.
lou.alves@uol.com.br