Mais da metade dos políticos escolhidos como líderes de bancadas no Congresso (21 de 39 parlamentares) têm ocorrências judiciais, incluindo nesta conta condenações, processos em andamento e inquéritos em que os parlamentares são investigados. O UOL pesquisou na Justiça os casos de todos os líderes de partidos, da oposição e do governo na Câmara e no Senado. Dos 26 líderes na Câmara, pelo menos 12 têm ocorrências no Judiciário. No Senado, pelo menos nove têm ocorrências de um total de 13 parlamentares na liderança. Ou seja, 53,8% líderes de bancadas no Congresso têm pendências judiciais.
Entre as acusações contra os políticos, estão tentativa de homicídio, corrupção e formação de quadrilha. Há casos também de ex-governadores cassados, de multados por tribunais de contas e de condenações na Justiça Eleitoral.
O levantamento foi feito com base em dados dos tribunais e da ONG (organização não governamental) Transparência Brasil. A reportagem do UOL levou em consideração os líderes de partidos com mais de um representante em cada uma das Casas, além de líderes do governo e da oposição.
Em resposta ao UOL, os parlamentares negaram irregularidades, questionaram mérito de condenações e disseram que aguardam confiantes as decisões da Justiça. Alguns também se disseram “perseguidos”. Todas as assessorias de imprensa dos parlamentares foram procuradas e tiveram oportunidade e tempo para se pronunciar. A reportagem encaminhou um pedido de resposta por e-mail em dois momentos diferentes, com prazo de uma semana entre as comunicações.
MATO GROSSO
O senador Wellington Fagundes (PR-MT) é alvo de dois inquéritos no STF que apuram crime de corrupção ativa, passiva, peculato e lavagem ou ocultação de bens. É também alvo de ação civil pública no TRF-1, de setembro de 2015, por uso de placas de obras pública em promoção pessoal. O UOL procurou a assessoria do senador nos dias 15 e 21 de junho, mas ele não respondeu aos questionamentos.