A Justiça determinou o bloqueio de bens e conta em até R$ 860 mil do ex-secretário Chefe da Casa Civil e Indústria e Comércio no governo Silval Barbosa (PMDB), Pedro Nadaf (PR). A medida, que foi publicada nesta terça-feira (12), também atingiu o ex-secretário adjunto Márcio Luiz de Mesquita, o empresário Evandro Gustavo Pontes da Silva e gráfica Intergraf.
Na ação, ingressada pelo promotor Mauro Zaque, aponta um esquema de fraudes na confecção de 3 mil livros superfaturados que nunca foram entregues ao Estado. A fraude teria ocorrida em dezembro de 2012, quando Nadaf era secretário de Indústria, Comércio e Minas e Energia. Além do superfaturamento, o livro que continha o balanço energético de Mato Grosso referente ao ano de 2010 estava desatualizado. Pelos livros, Nadaf autorizou o pagamento de R$ 786,9 mil à gráfica Intergraf de proriedade de Evandro da Silva.
De acordo com o Mauro Zaque, na investigação ficou comprovado o superfaturamento de quase 200% na impressão do livro. O preço de mercado para confecção de um livro semelhante não ultrapassaria, segundo o Ministério Público do Estado, a quantia de R$ 300 mil.
O juiz Luis Aparecido Bortolussi Junior, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, que determinou o bloqueio garantiu que existem indícios da prática de improbidade administrativa e danos ao erário público. Bortolussi afirma ainda, que existia um esquema de corrupção dentro da secretaria comandada por Nadaf.
Além do bloqueio, cada acusado terá que pagar R$ 1 milhão a título de indenização por dano moral coletivo, a ser revertida para a Hospital Santa Casa de Misericórdia. O MP pediu também que os envolvidos seja condenados à suspensão dos direitos políticos por 10 anos, perda da função pública e proibição de contratar com o Poder Público.