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Sem dinheiro, mas acirrada

Uma disputa eleitoral é toda norteada por especulações, notícias e matérias plantadas. Alguém ou algumas pessoas ganham com a invenção de notícias, assim como também tiram proveitos do malabarismo das especulações.

Malabarismo e invenção que contribuem para as desigualdades entre os concorrentes, alguns dos quais também se valem do poder econômico, o que é ilegal e imoral.

A disputa, claro, igualmente depende de dinheiro. Mas, neste ano, não terá tanto dinheiro como de eleições ocorridos em períodos anteriores.

A crise tem responsabilidade nisso, assim como também tem a Operação Lava-Jato, que afugenta investidores, e bem mais ainda o impedimento legal da doação de campanha pelas pessoas jurídicas.

A falta de dinheiro na disputa, contudo, não eliminam concorrentes (nem deveria, evidentemente), nem diminui o acirramento das disputas (isto é óbvio).

Acirramento que deve se estender pelos principais polos do Estado de Mato Grosso. Rondonópolis, por exemplo, é um deles. Fala-se em uma briga pela cadeira de prefeito envolvendo três das maiores forças políticas do município.

A primeira delas, capitaneada pelo atual prefeito. Percival Muniz (PPS) deve sim sair-se para a reeleição, agora sem o apoio do PSDB, mas com as virtudes e os defeitos de sua administração.

Os tucanos, pelo seu turno, apostam suas fichas na candidatura do atual vice-prefeito, Rogério Sales, que é uma das representações da segunda força política da cidade, e vai se valer da sua rica biografia política, porém marcada em especial por derrotas eleitorais, a exemplo da de 2014, quando tentou conquistar a cadeira de Senador.

E, entre o vice-prefeito e o prefeito, encontra-se o deputado estadual José Carlos do Pátio, pelo Solidariedade, que se desponta como um dos líderes da terceira força. Este deputado, segundo se comenta na região, pode contar (ainda não certo) com o apoio de dez partidos de portes pequenos e médios.

Este arco de alianças, caso venha a se concretizar, pode ser um grande trunfo do José Carlos do Pátio, que já administrou a cidade, e saiu dela bastante chamuscado, com fortes críticas em partes de suas ações e rejeição por setores da população local a alguns de seus resultados apresentados.

Com relação ao trunfo, que pode ser sim, caso venha a ser viabilizada a tal aliança. Mas tal trunfo ainda não é o bastante para descartar os outros concorrentes.

E isto se tornará mais clara se o Percival Muniz e o Rogério Sales conseguirem, cada um a sua maneira e separadamente, atrair as demais agremiações como aliadas, e entre estas, por exemplo, o PR de Wellington Fagundes, PMDB de Carlos Bezerra e do PSD.

Isto se o senador José Medeiros resolver não entrar na disputa.

Com a entrada deste senador na briga pela cadeira de prefeito, ocorrerá o desmembramento de uma das forças políticas, e isto pode trazer benefícios ao prefeito-candidato, o qual deve sofrer prejuízos enormes com a decisão do vice-prefeito em também participar desta disputa.

Uma disputa que, por certo, se tornará ainda mais acirrada. É isto.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.

lou.alves@uol.com.br


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