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A eleição como vitrine

Notícias, especulações e conversas apimentam o jogo político-eleitoral. Ainda que se esteja em um período anterior ao da campanha. Sobretudo, no momento em que se vive agora, pois muitos são os interesses, e entre estes aqueles que nunca estão às claras para o eleitor em geral.

Este, infelizmente, não pergunta a quem beneficia o discurso ‘A’, ‘B’ ou ‘C’.

Por conta disso, não percebe que o discurso político é, por excelência, o lugar de um jogo de máscaras, e, desse modo, toda palavra pronunciada deveria ser analisada pelo que ela diz e não diz.

Detalhe importante para quaisquer análises e avaliações. Mas deixado de lado, até por desconhecimento ou por conveniência. E, assim, prevalecem as especulações, e, em meio a estas, uma ou outra notícia.

Aliás, de acordo com o noticiário regional, o deputado federal Valtenir Pereira deve ser o candidato do PMDB à Prefeitura da Capital.

Esta decisão, ainda conforme o noticiário, se deu em reunião uma entre o coronel, chefes e chefetes políticos peemedebistas.

Nesta reunião, que teve como pauta as eleições municipais, falaram-se nos preparativos de ‘uma pré-campanha’, os quais constam também conversas com mais de sete agremiações partidárias, com o fim de formar um arco de alianças, que será ‘fortalecido pela militância peemedebista’, no dizer do presidente regional da sigla, Carlos Bezerra.

É claro que essa decisão não foi defendida por todos os filiados do partido.

Há nele, cabe lembrar, peemedebistas que gostariam que o candidato fosse o deputado estadual Emanuel Pinheiro; um segundo grupo, bastante menor, advoga a candidatura do jornalista Muvuca; enquanto outros peemedebistas, infinitamente em quantidade maior do que o segundo, porém menor que o primeiro, defendem que o partido apoie um nome forte, com densidade eleitoral e capital político exigidos pela disputa a chefia da administração pública cuiabana.

Não necessariamente pertencente à sigla. As discordâncias e os posicionamentos diferentes são próprios da política. Bem mais em ano eleitoral. Isto em razão dos mais variados interesses particulares.

De todo modo, é preciso levar em consideração que uma disputa para o Executivo cuiabano é uma grande vitrine. É a vitrine maior do Estado.

Justifica-se, portanto, bastante a pretensão do deputado Valtenir Pereira em entrar na dita disputa. Ele foi vereador e está na Câmara Federal por três mandatos, embora venha perdendo votos consideráveis de eleição para eleição, em especial em Cuiabá.

Por pouco não perdeu a cadeira nas eleições de 2014. Isto como reflexo de sua própria ineficiência no que tange ao marketing de suas ações.

Ações que estão bem aquém do necessário e do que espera o conjunto do eleitorado. O que foi agravado com o seu voto contrário ao processo de impeachment na Câmara Federal.

Ainda que este tenha sido de forma coerentemente, levando em consideração a sua proximidade com os governos petistas.

Por outro lado, uma eleição para o Executivo, cabe lembrar, pode ser usada como uma grande vitrine pelos candidatos.

Mesmo que alguns deles não tenham chance de vitória eleitoral. Justifica-se, então, o porquê o deputado federal queira e brigue para entrar na disputa pela cadeira de prefeito da Capital.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.

lou.alves@uol.com.br


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