A Operação Nanos deflagrada na manhã desta quinta-feira (16) pela Polícia Federal (PF) cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Cuiabá, um deles na residência do ex-secretário de Administração do Estado César Zílio. A operação investiga um suposto caixa 2 para campanha de partidos nanicos que apoiaram à reeleição do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) nas eleições de 2010.
Um dos empresários alvos da PF foi Wanderley Torres, proprietário da construtora Trimec. Ele foi apontado por Zílio como o financiador da compra de partidos parar apoiar o ex-governador. Wanderley da Trimec não foi localizado pela Polícia Federal em seu apartamento, no bairro Jardim das Américas, e na sede de sua empresa.
Os partidos, segundo a PF, que teriam recebido dinheiro para apoiar à reeleição de Silval foram o PTN, PTC, PRB, PRP, PHS, PSC e PC do B. Essas siglas fizeram parte da “frentinha” e receberam dinheiro de caixa 2.
De acordo com o delegado federal Cristiano Nascimento dos Santos, responsável pela operação, os indícios de um possível esquema de compra e apoio de partidos com dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral surgiram após a delação do ex-secretário César Zílio na Operação Sodoma, que é acusado de participar de um esquema de cobrança de propinas de empresários que foram beneficiados com incentivos fiscais do Estado na gestão Silval Barbosa.
“A informação da existência de caixa 2 foi confirmada por alguns presidentes de partidos investigados e ex-candidatos. Alguns disseram que receberam valores sem recibo eleitoral e sem prestação de contas eleitorais. Agora, estamos rastreando esse dinheiro para saber quem financiou esse caixa 2”, disse o delegado.
O esquema teria movimentado cerca de R$ 500 mil e teria sido financiado por proprietários de empreiteiras. O dinheiro de caixa 2 também teria financiado a campanha de candidatos a deputado estadual e federal. O nome dos parlamentares beneficiado pelo esquema não foi revelado pela PF.