"> Queda de braço – CanalMT

Queda de braço

Há uma queda de braço entre o Fórum Sindical e o Governo Pedro Taques. Tudo em razão da possibilidade do não pagamento do Revisão Geral Anual (RGA).

Este pagamento é garantido pela lei 8278/2004. Uma garantia que esbarra no determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, cujo teto limite com gastos da folha de pagamento já foi ultrapassado.

Soma-se a isso a tão falada crise econômica. Esta, na verdade, impõe obstáculos também à administração pública.

Por isso, cabe lembrar, que o Governo bate o pé que não irá pagar o RGA, sob a seguinte argumentação: ‘Se a responsabilidade fiscal estiver afetada, não é possível o pagamento da RGA‘.

Esta não é uma situação única de Mato Grosso. Igual a ele, encontram-se mais vinte e quatro Estados. Impedidos que são de pagar o RGA. É muito complicado.

Bem mais para os servidores, os quais dependem do que recebem pelo resultado de seu trabalho para se alimentarem e sustentarem suas famílias. Sustentos ameaçados, agora, pela crise e pela falta de condições do Estado em repor as perdas.

É isto mesmo. O RGA não é aumento salarial. Mas, na realidade, um instrumento para se evitar perdas nos salários. Perdas que podem dificultar-lhes a própria sobrevivência – cabe lembrar.

Daí a ameaça de greve dos servidores. Tentativas foram feitas no sentido de evitar a paralisação. Reuniões entre os servidores e o governo foram realizadas.

Em três delas, o governador esteve presente. Mas não aconteceu o acordo tão importante e necessário.

Não ocorreu porque, estrategicamente, o governo comete erros grosseiros no encaminhamento da negociação. Erra tanto que o governador se achou na obrigação de participar das negociações em um momento nada apropriado. Isto gerou desgastes ao próprio governo.

Desgastes que o deixam de mãos atadas e sem qualquer carta na manga para ser usada em um momento oportuno.

Diferente seria assim se, nesta fase de conversas, o chefe da Casa Civil e a equipe econômica tomassem a iniciativa de conduzir o diálogo com os servidores. Mas, ao que parecem, estes se mostram poucos dados ao diálogo e a negociação.

Daí o impasse. Impasse que tumultua o ambiente. Embora se saiba que o Governo e o Fórum Sindical têm seus interesses próprios, e cada um deles tem razão ao tomar a posição que tomou.

A defesa do posicionamento do Governo está amparada pela circunstância econômica do país e pela Lei de Responsabilidade Fiscal; enquanto o argumento do funcionalismo também se sustenta pela situação vivida e pela lei.

Por isso, cabe acrescentar, ambos deveriam investir no diálogo e na negociação.

Negociação e diálogo a partir da seguinte assertiva: o pagamento do RGA não é aumento salarial, mas instrumento para se evitar perdas, as quais se persistirem podem comprometer o sustento do funcionalismo e de suas famílias; e sem deixar de lembrar que a saúde financeira do Estado é um item relevante, e não deve ser deixado de lado.

É isto.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.

lou.alves@uol.com.br


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