Comenta-se que a Assembleia Legislativa, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público teriam sobras em seus duodécimos.
Apelidaram isso até de colchão ou um recurso guardado para ser usado pelas instituições quando for necessário.
O governo tenta convencer os poderes e correlatos a receberem menos repasses para ajudar no pagamento da folha salarial. Não há disposição dos que recebem duodécimo em caminhar por aí. Tem caso em querem até tirar um pouco mais do Estado.
As emendas parlamentares, por exemplo. Ela, por lei, deveria ser de quatro milhões para cada um dos 24 deputados.
Concordaram antes em reduzi-las para dois milhões de reais. Ela é impositiva. Mas se fala que a Assembleia Legislativa teria 100 milhões de reais como reserva.
A rua pergunta, por que nesse momento de contas públicas com problemas, os deputados não tiram daquela reserva o pagamento para as emendas? Daria 48 milhões de reais, ainda sobraria um troco.
A emenda parlamentar é como jabuticaba, só tem no Brasil. Se alega que elas são importantes para levar benefícios para diferentes lugares do país ou estados. Mas em outros países, onde há o orçamento impositivo, o parlamentar briga para colocar ali o que quer para suas bases.
Depois que está no orçamento, ele não precisa preocupar mais. Teria tempo para ser parlamentar em plenário e não ficar andando por gabinetes para liberar as tais emendas.
O prefeito de Cuiabá decretou intervenção na CAB, a concessionária de água e esgoto da capital. Nas análises mostradas se chega à conclusão que a companhia não cumpriu o que estava em contrato. Fez o que quis até agora.
Virou rotina na capital e no estado esse tipo de coisa. O aeroporto em Várzea Grande é constantemente eleito o pior do Brasil A nota era 3.36, agora caiu para 3.29. As obras da Copa virou piada nacional.
O que dói constatar é que estamos acostumando a aceitar essa incompetência. O pior é que o outro Brasil não vê somente a corrupção como caso ruim do estado, mas também que a população não está cobrando como deve cobrar dos dirigentes ou de quem quer que seja para que as coisas sejam diferentes. Não é possível ser o pior em quase tudo, gente.
Fala-se muito que tirar a presidente Dilma do cargo é golpe. Esse argumento e palavra foram ditos à exaustão no Brasil e no exterior. Gostaria de ler uma pesquisa de opinião sobre o assunto.
Será que a maioria do povo brasileiro sabe mesmo porque o governo e o PT falam em golpe? Saberia que por trás estariam os casos de Carlos Lacerda e Getúlio Vargas em 1954 ou os militares e Goulart em 1964?
Parte da classe média e também a elite econômica, que querem tirar Dilma Rousseff, não estão nem aí para a palavra. Sobra um pedaço da classe média que quer manter a presidente no cargo. O Lula pouquíssimas vezes usou aquela palavra. Ele sabe que isso não atinge à maioria.
Alfredo da Mota Menezes é PhD em História da América Latina