O governador Pedro Taques (PSDB) lamentou o esquema de fraude em licitações que ocorreram dentro da Secretaria de Educação do Estado. Em coletiva a imprensa, Pedro Taques falou sobre as ações que governo deve tomar, após Operação Rêmora deflagrada pelo Gaeco, que constatou irregularidades em processos licitatórios e o crime de cobrança de propina na pasta de educação.
A controladoria-geral do Estado solicitou cópia dos autos do processo para verificar se ouve falha nos órgãos de controle. “Não é um fato simples para nossa administração, isto é muito sério. Nós combatemos a corrupção desde primeiro dia. Mas os fatos revelam que os mecanismos precisam de melhor controle. Falhou o controle, mas estamos resolvendo”.
O governador disse que situação é misto de tristeza e alegria, “Tristeza porque nosso mecanismo de controle falhou e que ainda não estamos prontos para evitar que isso ocorra. E alegria porque mostra que as instituições como Ministério Público e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) estão funcionando”.
Taques considera que os fatos apurados pelo Gaeco são graves e a gestão busca saber exatamente o que aconteceu, através dos autos do processo. “Este fato é lamentável de todos os pontos de vista. Não há tolerância com corrupção, não há desculpas para a corrupção. A tolerância é zero! Eu tenho 22 anos de vida profissional que eu só combato a corrupção. A corrupção é inaceitável”, destacou Taques.
Assim que os fatos vieram à tona. O secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), pediu afastamento do cargo, segundo Governo para não atrapalhar as investigações. O governador disse acreditar na inocência de Permínio, “Eu louvo a posição de Permínio, de entender, e pedir afastamento do cargo. Não quero fazer exercício de adivinhação, por isso, não posso afirmar que o secretário sabia da fraude, vamos esperar as investigações”. O secretário do Gabinete de Governo José Arlindo assumiu interinamente a pasta.
Três servidores foram alvos da ação. Wander Luis do Reis foi exonerado em novembro de 2015. Ele ocupava cargo de Superintendente de Acompanhamento e Monitoramento Escolar. Moises Dias da Silva, que passou a ocupar o mesmo cargo, foi exonerado em março deste ano. Já Wander Luis é servidor efetivo da Seduc, um processo administrativo Disciplinar foi insaturado contra ele.
As irregularidades teriam ocorrido em outubro do passado e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas. O governador garantiu que obras não serão prejudicadas por conta da fraude.
Para o governador, o momento é de aprimorar ainda mais os mecanismos de controle dos contratos no Governo do Estado para que casos como os apurados pela Operação Rêmora sejam detectados antes de sua efetivação. De acordo com Taques, as 86 obras de construção e reforma de escolas contratadas com as empresas citadas na operação não sofrerão prejuízos. A Seduc tem cerca de 80 obras em andamento, não necessariamente com as empresas citadas na operação. As obras e reformas não sofrerão prejuízo no prazo de entrega. “Vamos ver contrato a contrato para saber como isso se deu. Avaliaremos o resultado daquilo que a equipe do José Arlindo trouxer também. Ao sabermos tudo o que aconteceu, vamos tomar todas as medidas para que o andamento das obras não seja prejudicado”, afirmou o governador.
Taques informou ainda que as demais secretarias estaduais também irão reforçar os mecanismos de controle contra a corrupção.
Por último, o governador Pedro Taques reafirmou o respeito que deve à grande maioria dos servidores de Mato Grosso. “São 97 mil servidores em Mato Grosso. E 39 mil deste total são professores. A esmagadora maioria dos servidores é formada de pessoas honestas e que pensam num futuro melhor para nosso Estado. É por eles que não haverá tolerância para a corrupção, seja de um real ou de milhões de reais”.