Alguns estranharão que um empresário defenda a volta da CPMF, pois a maioria da população, com razão, recusa aumento de impostos. Esses acreditam que a salvação do país virá pelo arrocho fiscal.
Acho a contenção de despesas absolutamente necessária, mas insuficiente para a recuperação da economia em um prazo razoável. A razão é que fomos longe demais na gastança estimulados irresponsavelmente pelo Gverno do PT.
O equilíbrio agora só pode ser alcançado, penso eu, batendo simultaneamente nas duas pontas: rrocho moderado e aumento da carga tributária.
Digo arrocho moderado porque se exagerar na dose a nação, que já está parada, atola e o desemprego pode atingir níveis insuportáveis.
A economia estagnada não suporta mais apertos sob de fechamento generalizado de empresas.
A presidente, por incompetência e má fé, nos últimos anos, fez tantas cortesias com o chapéu alheio que o dano causado à União ficou difícil de ser reparado.
Para conseguir apoio à reeleição, ela afagou consumidores e empresários com uma série de benesses: desonerou a folha de salários, diminuiu a conta da energia elétrica, reduziu ou eliminou o IPI de diversos produtos, segurou o aumento dos combustíveis irresponsavelmente e forçou o Banco do Brasil e Caixa Econômica a baixarem os juros.
A conta chegou. Tudo que pagamos de menos vamos devolver duplicado ou triplicado.
Entretanto, para nós que não somos políticos, não importa mais saber quem fez a lambança, interessa que o país precisa voltar a crescer com urgência.
Por isso penso que a CPMF é inevitável. Se basearmos a recuperação da economia pública somente no arrocho, a Nação não aguenta.
Este imposto tem a vantagem de ser de difícil sonegação. Poucas pessoas deixarão de usar os bancos, onde ele é retido, diante do risco de manter o dinheiro em casa ou na empresa. Além do mais a alíquota, digamos de 0,38%, por ser baixa não estimula a sonegação.
Uma pessoa que ganha mil reais por mês pagará R$ 3,80 por mês. Uma microempresa que fatura 60 mil no mês recolherá R$ 228,00 mensais.
O potencial arrecadatório da CPMF é muito grande, pois atinge a todos conforme o ganho de cada um.
Defendo-o como atitude complementar a ações inevitáveis: moralizar os repasses sociais, deixando-os estritamente para quem precisa e por tempo limitado; reduzir drasticamente as despesas correntes e combater com rigor os desvios.
Além disso, ele precisa ser declinante e acabar em 3 anos, dando tempo ao Governo de instituir bases para crescer solidamente.
O problema é que os futuros candidatos a presidente, incluso Temer, têm medo de falar claramente sobre isso e desagradar o povo que lhe dá voto e apoio.
Eles preferem insistir, pelo menos por enquanto no arrocho fiscal, que soa melhor aos empresários e trabalhadores, mesmo sabendo que é insuficiente.
O aperto imoderado tem um efeito deletério que se alastra por todas as camadas sociais.
Há uma parte da população convencida que ele (o aperto) só atinge funcionário público, bolsa família, fiés etc. A ideia é falsa, uma retração prolongada da economia não poupa ninguém. Todos estamos no mesmo barco.
Obs: Se não bastasse toda a m… que fez, vem ainda dona Dilma, nos estertores do mandato, anunciar aumento do bolsa família e diminuição do Imposto de Renda.
Mesmo moribunda, ela encontra forças para “ferrar” o país.
RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá