A comissão do impeachment no Senado ouvirá nesta segunda-feira os nomes indicados pela oposição. São eles o procurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira e o professor do Departamento de Direito Econômico da Universidade de São Paulo (USP) José Maurício Conti. Oliveira foi responsável por assinar o parecer favorável à rejeição das contas de Dilma no TCU; e Conti escreveu diversos artigos nos quais defende que as pedaladas fiscais configuram-se crime de responsabilidade. O convite deles foi assinado por senadores do PSDB.
As explanações, no entanto, pouco devem influenciar a opinião dos senadores. Dos 21 que compõem a comissão, apenas o presidente Raimundo Lira (PMDB-PB) declarou ser indeciso. Quinze já se declararam favoráveis a abrir o processo contra Dilma e 5 são contrários.
O debate mais acalorado da semana deve ocorrer nesta quarta-feira, quando o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) apresentará o seu parecer sobre o impeachment.
Nesta terça-feira, a sessão será dedicada a ouvir especialistas indicados pela base de apoio ao governo. Foram convidados os professores Geraldo Luiz Mascarenhas Prado e Ricardo Lodi Ribeiro, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o advogado Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que assinou a denúncia do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Se for votado pelo colegiado nesta sexta-feira, o parecer deve ser levado ao plenário até o dia 11. Caso seja aprovado por maioria simples (metade mais um) dos senadores presentes na sessão, a presidente Dilma é afastada do cargo e o vice Michel Temer assume o governo em caráter provisório por até 180 dias, tempo no qual a petista será julgada.