O ex-deputado estadual José Riva (sem partido) está disposto a dar mais detalhes sobre o esquema que desviou milhões de reais da Assembleia Legislativa e quem foram os beneficiados. Isso deve acontecer após as perícias em planilhas que detalham os pagamentos considerados como fraudulentos utilizando a verba suprimento destinada aos deputados estaduais. O esquema do desvio da verba de suprimento foi descoberto durante a Operação Célula-Mãe. Só da verba de suprimento o desvio teria sido de R$ 1,4 milhões.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa solicitou ontem (27) à juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que adiasse o seu novo depoimento até a análise das planilhas. A juíza acatou o pedido e adiou a audiência de Riva.
“Não vou fugir das minhas responsabilidades. Só que passei a madrugada analisando as planilhas e constatei que tem dados repetidos e fora da realidade. Após a perícia terei condições de falar tudo que for necessário”, disse Riva na saída do Fórum.
No último dia 18 de abril, o ex-deputado disse em depoimento à juíza Selma Arruda que foi beneficiado com dinheiro oriundo de um acordo firmando entre a Assembleia Legislativa e o banco HSBC. No entanto, ele revelou que o mentor do esquema fraudulento foi o deputado Romoaldo Júnior (PMDB), que na época era o presidente da Casa de Leis. Outros deputados também foram beneficiados com o dinheiro desviado, entre eles o deputado Mauro Savi (PSB). “Vou assumir a minha responsabilidade. Cada um tem que assumir a sua”, frisou Riva mandando um claro recado aos seus pares de que não vai cair sozinho.
Depois de ouvir Riva, a titular da Sétima Vara interrogou a ex-chefe de gabinete do ex-presidente da Assembleia, Maria Helena Caramelo.