Se no passado não eram poucos os carros que ferviam ao menor sinal de congestionamento, hoje eles rodam milhares de quilômetros sem apresentar grandes problemas. Mas um fato não mudou: a forma de dirigir afeta diretamente a durabilidade do veículo e os custos de manutenção. Conheça os pecados que você pode cometer ao volante sem perceber e que causam desde um leve desperdício de combustível a uma quebra de câmbio automático.
Pegar no batente
Ao manobrar, é comum segurar a direção hidráulica no fim do curso. Nesse momento, pode-se ouvir a bomba da direção chiando e até mesmo a correia. Não adianta ficar forçando o volante no batente, pois as rodas já estão esterçadas ao máximo. Isso apenas desgasta a bomba da direção e reduz sua vida útil. Ao perceber que o volante está no fim do curso, alivie a pressão e manobre normalmente. Seu bolso agradece.
Acelerar, não frear
Quando estão em um congestionamento ou semáforo em uma ladeira, muitos motoristas acabam mantendo o carro automático parado usando apenas a força do câmbio, acelerando aos poucos. Isso jamais deve ser feito, pois aumenta a temperatura da caixa e acelera o desgaste dos materiais internos, provocando problemas nas válvulas solenoides e nos discos de acoplamento. No futuro, a transmissão pode começar a patinar ou dar trancos nas trocas de marcha. Por causa desse mau hábito, você pode ter de mandar abrir o câmbio para fazer um conserto. Não vai sair por menos de 1 000 reais (para trocar as válvulas) e pode passar dos 15 000 reais (se a caixa for substituída). A dica também vale para a transmissão manual. Segurar o carro em aclives só com a aceleração aumenta o desgaste do disco de embreagem. O correto nas duas situações é sempre deixar o pé no freio ou manter o freio de mão acionado enquanto o veículo estiver parado.
Ter ligações perigosas
Quando a carga da bateria acaba, o normal é fazer a popular “chupeta”, ou seja, transferir energia de outro veículo por meio de cabos auxiliares. No entanto, se o seu automóvel tiver chaves codificadas, como a maioria dos veículos atuais, tome cuidado. Você deve retirá-la da ignição antes de conectar os cabos, pois há risco de queimar o chip eletrônico da chave. Esse perigo é muito maior nas que não usam a haste metálica para dar a partida, como Renault Mégane, Mercedes, Volvo e importados premium, pois são mais sensíveis à sobrecarga. Nessa situação, o custo de uma nova chave pode passar de 2 000 reais.
Acelerar ao desligar
Ainda tem gente que costuma dar uma última acelerada antes de desligar o motor. É um mito que vem da época do motor de dois-tempos, no qual o óleo era misturado ao combustível. Acreditava-se que assim as paredes dos cilindros estariam mais lubrificadas e facilitariam a partida no futuro. Outros acreditavam que no motor de quatro tempos o excesso de combustível ficaria na câmara e ajudaria na combustão no próximo uso. Com a injeção eletrônica, nada disso faz sentido. O procedimento só desperdiça combustível. Em alguns modelos com motores turbo, ainda há o risco de a última acelerada interromper a lubrificação da turbina antes de ela parar de girar. A lógica vale também para o hábito que muitos têm de manobrar o veículo dando várias aceleradas. Puro desperdício.