"> Ficaram velhos antes de ficar sábios – CanalMT

Ficaram velhos antes de ficar sábios

Domingo diferente nos proporcionaram os parlamentares  A maioria de nós ficou em frente à televisão desde o início da tarde de domingo até o final do processo, que terminou aceitando o processo de impedimento da presidente.

Tristes espetáculos nos ofereceram suas excelências. Alguns infantis, outros idiotas e até grotesco caso do desequilibrado deputado que cuspiu no adversário.

Mas, no geral, o que vimos foi um amontoado de lugares comuns e chavões repetidos à exaustão, durante todo o dia e a cara de pau de muitos deputados disputando o “honroso” lugar de “papagaio de pirata” na frente das câmeras de televisão, sem perceberem  o ridículo do comportamento.

Um deputado de Mato Grosso estava entre eles.

Também a transformação do triste episódio ( impedimento não é festa)  em festival de homenagens a  filhos, esposas, netos, pais, mães e  tias, que só não contemplou o cachorrinho da casa.

Nossos parlamentares parecem uma turma de adolescentes mal comportados e arrogantes. Pelo procedimento  da média dá para entender que ao país não faltam leis, mas sim o cumprimento delas.

Basta ver que o tempo de fala de cada um, pré-estabelecido entre as partes antes do evento,  quase nunca é respeitado.

A maioria quer levar sua dose de vantagem sobre os outros, ocupando mais o tempo de exposição na TV.  Os próprios parlamentares não cumprem as leis que  fazem.

Vimos também que o destempero e o comportamento de torcedor de futebol   está distribuído igualmente entre todos os partidos.

Os  parlamentares de cabelos brancos deviam pensar  no que o bobo da corte disse  ao rei Lear, na peça de Shakespeare:  “Tu não devias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”.

Muitos deputados ficaram velhos  porque é inevitável, mas continuaram tolos e infantis por opção.

A temperança, produto  desejável da  maturidade, talvez por falta de adubação, não frutificou no Congresso, espelho da nação.

Enfim julgaram, não como juízes  isentos que não são, mas sim como partes do processo.

Entretanto, não poderia ter outro fim a nossa presidente: quem conta com apenas 137 votos favoráveis em um  total de 513, não tem a menor condição de governar.

Cada um conforme relação “republicana” que mantem com a ré, posicionou-se de um dos lados.

Por “republicana” podemos entender busca de cargos, empregos de parentes, participação no butim da Petrobrás, ter direito a lotes da reforma agrária etc.

Também podem ter  agido  por  vingança se não receberam do governo a atenção que desejavam ou não alcançaram a liberação das emendas parlamentares, entre outras coisas.

O motivo do processo uma vez instalado  tem pouca importância. Pode ser algo concreto ou absolutamente irrelevante, o que interessa para as duas partes conflitantes é tirar o maior proveito  do episódio. Chamam isso de julgamento político.

Não se preocupem se “pedalas” são crime de responsabilidade como querem alguns ou simples detalhes contábeis, como pensam outros. Essa foi a desculpa encontrada, poderia ser outra qualquer.

Na verdade  a presidente “dançou” por pura incompetência e arrogância.

Quando abriu as portas do palácio, como fez no sábado, para servir pão de queijo para suas excelências, já era tarde demais.

Eles aceitaram  o quitute, mas não mudaram o voto.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor em Cuiabá.

renato@hotelgranodara.com.br


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