O empresário Hernando Brito, dono da Padaria Viena, localizada na Praça Popular, em Cuiabá, afirmou que o segurança que teria agredido um menino de aproximadamente 10 anos de idade dentro do estabelecimento, na última sexta-feira (9), foi demitido imediatamente após o fato. Por meio de nota enviada à imprensa, ele afirmou estar indignado com o caso.
Segundo o boletim de ocorrência registrado por um cliente do estabelecimento, que estava no local e presenciou a agressão, a criança agredida estava acompanhada de dois irmãos e teria sido atingida por dois murros do segurança, quando saía da padaria com produtos que haviam sido lhe dados por uma cliente do local.
Em nota, o empresário afirmou o funcionário estava em contrato de experiência e havia sido contratado há poucos dias. Ele disse, ainda, ser totalmente contra a conduta tomada pelo ex-segurança e que tal fato ocorreu por iniciativa pessoal, “independentemente da vontade ou orientação dos proprietários ou responsáveis pelo estabelecimento comercial”.
O caso da agressão está sendo investigado pelo delegado Paulo Araújo, que está atuando interinamente na Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). Policiais civis estiveram na padaria na manhã desta segunda-feira (11) e foram atendidos pelo gerente do local, que confirmou a identidade do ex-funcionário e a demissão dele.
De acordo com a Polícia Civil, ao procurarem pelo ex-segurança, os policiais foram informados de que ele teria sido orientado por um advogado para ir para uma cidade no interior de Mato Grosso. Ele foi localizado em Juara, a 690 km da capital, no norte do estado. Agora, o suspeito tem 24 horas para se apresentar à polícia e prestar depoimento.
Buscas
A Polícia Civil também tenta localizar a criança agredida e seus dois irmãos, que trabalham como vendedores ambulantes, para que eles possam prestar depoimento. O dono da padaria também estaria auxiliando nas buscas.
Segundo o empresário e estudante de direito, Willian Gama, de 22 anos, que testemunhou o ocorrido e registrou o boletim de ocorrência, as crianças seriam moradoras do bairro Mapim, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Diariamente as crianças viriam à Cuiabá para vender pães produzidos pela avó, que mora no bairro Pedra 90.
A Secretaria de Assistência Social de Cuiabá disse que também está tentando localizar as crianças pois, segundo a pasta, o fato vai além da agressão sofrida, uma vez que o trio vender produtos nas ruas configura como trabalho infantil.