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Comportamento em discussão

É crítica a situação político-administrativa da presidente Dilma Rousseff. Tanto que ela, hoje, se encontra em uma sinuca de bico.

Sinuca e situação provocadas pela própria petista, bem como o conjunto de seus apoiadores, em razão de sua incapacidade em lidar com as adversidades e por lhe faltar um projeto alternativo, capaz de conter a inflação e, ao mesmo tempo, suficiente para impulsionar o crescimento da economia.

Soma-se a isso a sua inabilidade e a ausência de alguém que possa substituí-la na articulação com a sociedade e com os congressistas.Isto tem lhe proporcionado prejuízos enormes. Bem mais agora, com um processo de impeachment em curso.

A presidente, aliás, conta com menos da metade dos integrantes da Comissão que analisa o pedido de impeachment, e ainda não tem o número suficiente de votos para barrar o processo de cassação na Câmara Federal.

Quadro que se amplia com a notícia de que os peemedebistas vão mesmo abandonar o governo, entregando-lhe os cargos (menos, é claro, a vice-presidência). Justamente no atual momento em que a presidente mais precisa de apoios, de votos e de expectativa de sobrevida.

Precisa, mas parece não poder, inclusive, contar com a ajuda de o vice-presidente Michel Temer. Pois este, de acordo com o noticiário, já planeja um conjunto de ações para atrair reforços de peso para ajuda-lo em um possível governo – depois da saída da petista.

Reforço de peso igualmente na área da economia, a exemplo do Delfim Neto e Ermínio Fraga, com os quais tem mantido encontros frequentes.

Fala-se, também, na possibilidade de trazer o PSDB para um futuro governo, com o senador Serra na condição de ministro.

Embora, recentemente, tenha ocorrido um pequeno mal-estar entre os dois, diante de declarações do tucano, e que levou o próprio Temer a dizer, em nota, que ninguém fala em seu nome, uma vez que não possui porta-voz.

Uma questão, aqui, se faz necessário: Não é tarefa do vice-presidente ajudar a presidente a sair da sinuca de bico em que o governo se encontra? Esta pergunta, por certo, leva o (e) leitor a lembrar, ou a buscar textos que discorrem sobre o período de cassação do mandato de presidente do Collor de Mello.

Oportunidade em que o então vice-presidente, Itamar Franco, teve um comportamento totalmente diferente do hoje vice-presidente Michel Temer.

O Itamar Franco não opinava, nem se manifestou a respeito do processo de impeachment. Ele, na verdade, afastou-se de toda a situação, reunindo-se vez ou outra com alguns poucos amigos. Manteve-se, desse modo, bastante discreto. Comportamento elogiável, além de admirável.

O (e) leitor, nesse instante, poderia dizer, e com razão, que o vice Itamar Franco bem que poderia ter adotado outra postura, o de procurar ajudar o presidente dentro do Congresso Nacional. Sem dúvida. Mas isso não significa que o comportamento que ele adotou estivesse errado.

Errado, com certeza, é a postura do atual vice-presidente, Michel Temer, que vem realizando encontros e tendo discussões sobre um suposto novo governo. Isto reafirma que os interesses particulares põem também parceiros, ainda que tenham sido eleitos juntos, em lados opostos.

É isto.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.

lou.alves@uol.com.br

 


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