A União Europeia e Cuba assinaram hoje um acordo de diálogo político, incluindo na delicada questão dos Direitos Humanos, uma aproximação que acontece a poucos dias da visita histórica do Presidente norte-americano Barack Obama à ilha caribenha
O acordo, resultado de quase dois anos de intensas negociações, foi assinado por ocasião da visita a Havana da Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, a italiana Federica Mogherini.
“Este é um passo histórico na nossa relação”, afirmou Mogherini, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodriguez.
Cuba era até à data o único país latino-americano que não tinha um acordo de cooperação com o bloco comunitário.
A UE suspendeu relações com Cuba em 2003 na sequência da repressão exercida sobre jornalistas e ativistas e, desde 1996, usava a chamada “posição comum”, um instrumento diplomático usada pelo bloco comunitário para criar exceções na sua política externa e que impede o diálogo com países que não respeitam os Direitos Humanos.
“Este acordo marca o fim da posição comum”, disse Mogherini, na cerimónia de assinatura.
Para redefinir a sua aproximação, Bruxelas e Havana iniciaram negociações em abril de 2014 para “um quadro de diálogo político” em três capítulos: diálogo político, cooperação e comércio.
Este processo negocial foi acelerado depois de Cuba e os Estados Unidos terem anunciado, em dezembro de 2014, que iam iniciar negociações para uma aproximação histórica, após mais de meio século de afastamento. Meses mais tarde, em julho de 2015, Washington e Havana anunciam o restabelecimento das relações diplomáticas.
Barack Obama vai visitar Cuba nos próximos dias de 21 e 22 de março, sendo o primeiro Presidente norte-americano a visitar a ilha caribenha em 88 anos.